1/26/2003


Depois do apogeu só tem descida!
Todo mundo sabe, o importante não é o destino da chegada, mas o caminho. Por isso, buscar o sucesso como
um ponto máximo, o chamado 'píncaro da glória', o "apogeu", o cume olímpico, não é bom. Porque o feito do alpinista
não é como a carreira do artista.
O alpinista chega ao topo e este é o seu sucesso garantido. Ele desce e continua sendo ovacionado pela conquista,
por ter chegado ao cume.

O artista, não. Ele chega oa apogeu e, assim que seu sucesso declina minimamente, pronto, lá vem pau.
Ou ele já não é mais o mesmo,
ou ele está acabado, ou coisas piores que dizem por aí. Como se o fato de chegar ao máximo não contasse nada.
O artista é cobrado para estar sempre em ascensão. Sempre. Ou pelo menos, manter-se no alto.
Ninguém pode vender menos CD, nem envelhecer, nem perder audiência, nem nada. A cobrança do artista é
muito maior do que a do atleta.
Só para citar um caso, veja o que aconteceu com Os Osbournes.
Eles fizeram algo bacana, diferente, revolucionário. Um reality show familiar, todos artistas. Foi um sucesso.
Agora, na segunda temporada, como é normal, a audiência caiu.
Pronto. Já saem manchetes como

"Os Osbournes" já não são os mesmos...
no site da CNN.
É verdade, ok, mas quem de nós é o mesmo um ano depois? Sem contar que Sharon teve que enfrentar um
câncer neste período.
Esse tipo de cobrança faz a gente pensar. Será que não é melhor a gente apenas seguir o caminho da vida
ao invés de ficar buscando alguma coisa? Se a gente não der importância nem ao topo nem ao vale,
nem às subidas nem às descidas e apenas encarar tudo como um grande caminho, a vida fica bem melhor.
Acho válido que os peregrinos façam o caminho de Santiago de Compostela, mas qualquer caminho
serve quando estamos no rumo à grande conquista de nos tornarmos seres humanos mais humanos.

Com um beijo e um café, encerro este post filosófico pós churrasco de domingão.
Acho que faz parte do processo de digestão. Pouco sangue oxigenando o cérebro..

fonte da ilustração: www. conmed.com

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