DE LA GUARDA
Fui com o Giovanni, meu sócio na Synapsys, na primeira reunião na Diageo, para pegar um briefing sobre o lançamento da nova garrafa de vodca Smirnoff. Lembro que a reunião foi muito interessante e que um dos rapazes presentes era filho do inventor da caipiroska, a caipirinha de vodka.
Depois deste briefing, não participei mais desta conta, que ficou no núcleo do Gianni. Pouco tempo depois, a nova embalagem foi lançada e o novo posicionamento do produto era o de ser transgressor, acho que é um alinhamento mundial. Aqui no Brasil, a assinatura diz algo como 'você não precisa ser puro', mas sua vodka, sim.
Dentro deste conceito, a Synapsys ofereceu para a Diageo um projeto imenso, com a criação de um centro de entretenimento, o Espaço Smirnoff, onde seria apresentado um espetáculo argentino, um sucesso off-broadway incrível, chamado De La Guarda, um espetáculo indescritível, de dança e acrobacias aéreas, percussão, performance, com interação da platéia, num espaço diferente, uma espécie de caixa preta.
Não vou falar dos problemas mas no final, os deuses conspiraram a favor e hoje, aconteceu a pré-estréia. É genial.
Uma antiga fábrica na avenida Roque Petroni Jr. próximo ao Shopping Morumbi, foi reformada e ali, foi criado o Espaço Smirnoff, com bar, lougen, restaurante japonês e a caixa preta onde acontece o show.
O espetáculo é uma loucura. Tem que ir vestido bem despojado. O chão fica todo molhado. Muita gente se molha. Tudo é muito intenso, surpreendente e nenhum outro adjetivo resume o resultado, melhor do que... transgressor. Não dá pra levar a mãe, ou vovó, o vovô. A menos que eles sejam muito modernos.
O começo do espetáculo é surpreendente, porque a gente entra numa caixa preta de teto baixo e o teto é o espetáculo. Depois, os dançarinos furam o teto, arrancam o teto, cai tudo e você vê o imenso pé direito, toda a estrutura de canos. Tem muita água. A gente fica molhado dependendo de onde se está. Não dá pra ir de dondoca ou salto alto. Fui de botona de solado de borracha, foi ótimo.
Tem momentos em que eles dançam molhados, tem um tarado muito engraçado que desce no cabo de aço (todos dançam em cabos de aço)e agarra as meninas e sobe com elas, beijando-as muito no ar. É hilário. Tem momentos lindíssimos de luz e dança em slow motion, das meninas, que são maravilhosas, correm por uma parede de mais de 10 metros. Tem um cara que voa nú. A percussão deixa o coração acelerado.
No meio, com tudo muito louco, luzes, água, o chão todo molhado, os dançarinos molhados e vira uma balada com todo mundo junto. A moçada delira.
Não há palavras inteligíveis, só sons cantados, conversas em síladas.
Quer saber, só vendo. Só indo. Só sentindo.
Serão 96 apresentações em São Paulo.
Quem for mais careta, nem precisa ir.
Quem quiser ver um espetáculo inusitado e diferente, não pode perder.
Posted by Hello