1/03/2004

Não rolou
Devido à incrível demanda dos serviços desta cozinheira que vos escreve, não consegui conectar às dez da noite para o chat no site nandoinorlando.com
Porém, assim que acessei a rede e entrei no site vi que não fui a única a ter problemas: o chat não aconteceu.
Boa noite e até amanhã, então.
Obrigada pela companhia!
Espírito Forte

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O trabalho enobrece mesmo. Mas tem que ser trabalho pesado, desses que acabam com o coeficiente de elasticidade dos músculos, quebram as dez unhas das mãos e deixam suas pernas parecendo elenco de Hollywood, ou seja, cheio de Emma Thompsons. Não contente em arrastar os móveis, carreguei as bicicletas enferrujadas e pendurei-as na parede, do lado de fora de casa. Não cheguei ainda a ficar com o sangue azul mas já estou cheia de batidas roxas. É um começo.

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Passei momentos maravilhosos lendo os comentários deixados pelos queridos leitores, especialmente os que foram deixados nos posts sobre as formigas e a arrumação da casa. Não sei se é o horário mas das duas uma, ou as formigas não aprovaram as mudanças e foram pra vizinha ou elas estão acompanhando a novela. Foram-se todas. De qualquer forma vou tentar todos os truques sugeridos. Temo que amanhã verei formigas de costas, segurando a barriguinha de tanto rir de todas as iscas que estou pensando em preparar.

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Não aguento mais ver matérias nos jornais da globo falando sobre dieta. É tanto recomendação para emagrecer, tantas reportagens sobre qualidade de vida que minha paranóia já fica toda musculosa: quando o exercício é demais, até o santo daime desconfia. Por que a Globo quer tanto que todo mundo fique magro, lindo, saudável e viva muito? Será que os telespectadores estão morrendo e comprometendo a audiência? A família abriu um SPA? Ou será que é porque a próxima novela da concorrência vai tratar das soluções cirúrgicas numa clínica à lá Santé? Só sei que estou com o saco gordo de tanto ver matéria sobre o mesmo tema. Me deixa tão irritada que abre o meu apetite.


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Recebi dois emails que me deixaram muito feliz. Um, do Guilherme Quandt, sobre quem falei em algum post recente. Ele respondeu gentilmente e disse que já se viu na situação em que eu me encontrava. Ele próprio já ficou encantado com o texto de alguém na web e mandou um email elogiando. Como eu, Guilherme tem vergonha de receber elogios. A outra mensagem é do Misael Henrique, que conheci na TV Cultura há muitos anos. Misael casou, tem um filhinho lindo e me reencontrou no blog. Vai virar querido leitor. A internet e seus longos fios consegue laçar as pessoas e reatar os laços, aqueles laços que se fecham e viram ... nós.

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Quase não li hoje e, ontem, li pouco também. Acho que o trabalho doméstico vicia. Mas acho que muito é influencia do livro Sob o sol da Toscana. A autora, Frances Meyes, trabalha duro. Ela e seu marido fizeram boa parte do trabalho braçal de recuperar a mansão, sem contar tudo o que fazem no jardim e na cozinha. A tese do bom exemplo é velha, mas funciona. Por causa dela, comecei a arrumar a casa, lavar tudo, procurar receitas novas para cozinhar. Estou com uma vontade irresistível de fazer ravioli caseiro. O problema, você já sabe, é que massa engorda. Depois vou ter que acabar passando um fim de semana no spa do roberto marinho!

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Acabei de ver duas formigas na parede. Ao se cruzarem, tocaram as antenas e trocaram informações. Tenho quase certeza que comentaram a mudança que fiz na sala. Se alguém criticar meu trabalho duro juro que esmago-as uma a uma.
Arrumação
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Serei um fantasma escocês daqueles que arrastam correntes de lá pra cá e de cá pra lá o dia inteiro. Em vida, gosto de rearranjar os móveis. Quando estou bem, inevitavelmente, mudo tudo de lugar. Por falar nisso, por favor, dava pra você ir um pouquinho mais pra direita? Obrigada.

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Ontem, por uma nesga, uma frestinha de uma porta de uma casa vizinha, da mesma dimensão minúscula que esta, vi um longo corredor. Fiquei fascinada com a idéia de poder fazer um corredor na minha sala, que é um anexo da cozinha, num cômodo só. Não entendo nada de feng shui mas no mais profundo do meu âmago acredito que exista um lugar certo para cada coisa. É só descobrir onde eles ficam. O problema é que as coisas não falam uma palavra pra ajudar. Que coisa.

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Fui e voltei rapidinho da praia, estimulada por uma turma de dezoito familiares fazendo farofada na minha frente, com dezenas de todinhos, cervejas e incontáveis tupperwares com bolinhos fritos. E uma pipa. Com produtora de farofa na web eu não deveria me incomodar mas considerando-se que o mar estava gelado e bravo, o vento forte, e o sol desmaiado, voltei pra casa para começar a arrumação. Respirei fundo, tirei o chinelo e comecei a mudança.

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Depois de estudar o espaço e os móveis, comecei a empurração. Nem tudo pode ser do jeito que a gente quer especialmente quando só há um ponto de telefone. Sem contar as tomadas que não saem do lugar nem pedindo por favor. Quando terminei, sobrou um quadro e um sofá pequeno, absolutamente horrível, tão feio que sempre viveu escondido embaixo da escada. Mas é prático, é um sofá cama. O problema é que o sonho do sofazinho é ser banco de kombi. Felizmente o zelador do condomínio achou-o simpático, já que é praticamente novo, foi da loja para o esconderijo da escada. Foi tarde. Uma daquelas criaturas cuja ausência traz mais alegria do que a presença, nem que seja só pelo espaço que deixou de ocupar.

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Na praia, tirei uma foto muito simpática, de um vira lata sentado na sombra de uma barraca desocupada. Vou subir a foto para o fotolog. Assim que eu conseguir achar a tomada, o telefone e o fio. Isso que dá fazer mudança.



boa noite
parece que nas férias também estou mantendo o mal hábito de dormir tarde.
well, antes mal hábito do que mal hálito!
até amanhã.

1/02/2004

Notas da noite

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A capa do UOL, os jornais da TV, todos, chamam a atenção para um australiano maluco que deu de comer para os crocodilos segurando seu bebê de um mês no colo. E eu ainda me surpreendo com o fato dos consultórios psiquiátricos estarem lotados.

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O IG publica um texto traduzido do inglês para o português sobre a real importância dos homens, já que com os depósitos que existem nos bancos de esperma as mulheres poderiam gerar filhos sem precisar do macho. Achei a idéia tão imbecil que deu vontade de dizer pro autor 'fuck yourself'. Mas acho que esta é a idéia básica de quem defende o mundo com um sexo só.

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A chuva no litoral paulista espantou o turista. Para fugir dos dias molhados, todos decidiram fazer a mesma besteira: trocaram o mau tempo por maus momentos, ou melhor, por mega congestionamentos. É isso que acontece quando todo mundo quer ser original e têm as mesmas idéias ao mesmo tempo.

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Os leitores do site Gaywired elegeram Gianecchini como o homem mais sexy do mundo pelo 3o. mes consecutivo. Ele já tem até site de fã em inglês. Lá você descobre que a mãe dele também se chama Heloisa Helena e que Gabi é 24 anos mais velha que ele.

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Rita Lee sofreu uma intoxicação alimentar. Não vai poder participar de um festival que já estava agendado. Aliás, pra quem teve intoxicação não é bom nem ela dizer o nome do local, que é Rio...das Ostras.

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O que os textos não dizem
Injusto mas verdadeiro: banco só empresta dinheiro pra quem tem. Da mesma forma, roupa bonita só fica bonita em quem já é bonito. Em gente bonita, até roupa feia dá certo. Deve ser uma regra geral no mundo porque também as receitas por mais explicadas que sejam, exigem que a pessoa já saiba o que está fazendo.

Adoro cozinhar de improviso, criar a partir dos ingredientes mas de vez em quando, ficou louca pra seguir uma receitinha. Assim, depois de passar uma pilha imensa de roupas comecei a planejar o lanche da noite. Decidi fazer uma torta salgada, não dessas em que todos os ingredientes são batidos no liquidificador e jogados numa travessa para assar, mas daquelas em que a gente faz a massa, abre a massa e molda a forma da torta com as mãos, coloca pra assar um pouco, recheia e cobre com outra massa.

Procurei várias receitas e nenhuma parecia boa. Para mim, três xícaras de farinha é muito carboidrato e gordura hidrogenada não me parece poético o suficiente para uma torta artesanal. Assim, acabei encontrando uma receita básica de massa para torta salgada, com farinha, maizena, fermento, leite, sal, óleo e um ovo, que pareceu perfeita.

Segui as medidas ipsis litteris mas ela ficou pegajosa. Qualquer pessoa com experiencia sabe que é só colocar mais farinha, aos poucos, ou ir passando farinha nas mãos, que a massa vai ficando perfeita. Mas alguém que pegasse a receita e não tivesse vivido outros momentos-torta, provavelmente ficaria colada a uma bola de farinha pegajosa com cara de atriz principal em ficção B de pântano.

Segui meu coração, minha intuição e minha experiência em massas e fiz a torta. Ficou ótima, muito leve, com recheio de peito de peru desfiado, ervilhas, milho, cebola, tudo bem molhadinho, excitante mesmo.

Agora, mais de dez da noite, finalmente acabei de limpar a cozinha e num gesto de rebeldia abandonei o avental até amanhã. Finalmente, vou voltar para a Toscana. Estou no meio do livro. Agora, é a vez da autora cozinhar.
Eu, já fechei o boteco por hoje.


Um colar de contas, uma coluna de notas

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Decidi fazer um post composto por pequenas notinhas, aqueles bloquinhos de letras separados por grafismos e que, juntos, compõem uma coluna. Bons e maus colunistas sobrevivem do mesmo formato, portanto, ele dever ser bom. Sucesso é um troféu outorgado pela maioria e a maioria das pessoas não tem paciência (ou treino) para ler textos longos. Assim, aqui estou eu, em cápsulas, após as principais refeições.

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Fui andar na praia de Juquei. Chovia e muitos outros turistas que ficaram enjaulados ontem passeavam soltos sob os pingos. Foi um festival de coberturas pra cabeça. Gente de chapéu, de boné, de gorro do moleton levantado, de sombrinha, guarda-chuva e guarda-sol. Descobri que quando se está descalço, de sunga e boné, a cabeça é o único lugar decente para se guardar a chave do carro.

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Passear na praia é sempre um exercício para a inveja, que cobiça desde os corpos perfeitos de alguns banhistas até o bens imóveis dos felizardos que têm mansões lindas à beira-mar. Dá vontade de ficar supondo histórias de como aquelas pessoas conseguiram juntar tanto dinheiro para ter uma propriedade pé-na-areia com helicóptero estacionado no gramado. O problema é ... o que fazer com o piloto enquanto o bicho está parado? Eles hospedam o piloto em casa? Têm um quarto só pra ele? Ele vai embora de barquinho e quando você o solicita ele volta voando? Pelo menos o piloto não deve ter problema de dormir na cama de cima do beliche.

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Barra do Una tem um armazén minúsculo e quente, que só poderia ser enquadrado no quesito mercado se pudéssemos chamá-lo de super-micro-mercadinho. A outra opção é o mercado propriamente dito que a cada estação, consegue ampliar suas dependências graças ao princípio da ultra-hiper-mais-valia aplicada aos preços de todos os produtos, das miudezas às mundanidades. Com o objetivo firme de fazer uma salada de acelga com abacaxi em cubinhos e uvas passas brancas, entrei no supermercado e peguei uma cestinha de compras, medida que nos dá mais noção do peso que teremos que carregar à pé na volta para casa do que o carrinho tradicional. As filas eram imensas. E só quando cheguei perto do caixa, percebi uma coisa chata pra chuchu: esqueci o abacaxi. É isso que dá ficar pensando abobrinha.

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Depois de caminhar horas em pé, fiquei outras horas em pé na cozinha, desossando o perú do ano novo, com requintes de crueldade. Coloquei o peru numa forma e separei três compartimentos, um pra carnes brancas, um pra carnes escuras e um pro cachorro da faxineira. A carne branca eu servi no almoço. A carne escura eu vou usar para fazer uma torta. A parte do cachorro eu guardei no freezer. É surpresa.

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Minha filha adorou a carne do perú desfiada e refogada. O mais incrível é que o molho continha tudo o que criança odeia, como alho, cebola, pimentão vermelho e salsinha, que as crianças chamam de 'aquelas coisinhas verdes'. Se você picar tudo bem pequeninho, como se fosse Demócrito postulando a indivisibilidade do átomo, as coisas detestáveis desaparecem e tudo o que resta é o prazer de ver as crianças elogiando sua comida, enquanto molham a quinta fatia de pão de forma no molho do perú.

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Um dos maiores desafios criativos de uma dona de casa é justamente aproveitar os left-overs, uma maneira dandi, pedante e anglófila de se referir às sobras. Sobras e restos são palavras muito indigestas para serem aplicadas ao alimento que nos nutre, daí a dificuldade de tocar no assunto. Mas comigo é assim, Lavoisier na cabeça. O pão que sobra vira no torrada e depois farinha de rosca. Isso se não virar rabanada frita antes. O panetone, depois de dez idas e vindas à mesa, sempre intocado, virou torradinha doce, uma delícia com café. Até a meia garrafa de champagne do reveillon deu a pinta no arroz branco com passas. A lentilha ainda está sob custódia e se tiver bom comportamente na geladeira vai ser transmutada numa espécie de virado à baixada, equivalente litorâneo do virado à paulista feito com feijão e farinha. Cozinhar também é um ato ecológico.

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Um dos maiores prazeres de uma dona de casa é encerrar o expediente da cozinha. Quando acabamos de enxugar a pia e de limpar o fogão, vendo que tudo já está limpo e no seu lugar, fechamos todos os lixinhos, embalamos os sacos, colocamos o lixo do lado de fora do lar e, voilà, estamos prontas para tirar o avental e depor a palha de aço. A gente tampa o fogão e coloca sobre ele um pano de louça. O pano parece pequeno mas tem a força simbólica das cortinas do teatro. Fechou, fechou. O espetáculo estava muito bom mas acabou. É hora da galera ir embora porque o elenco tem que escovar os dentes e tomar banho.

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Sou péssima lavando roupas. Nunca tive talento. As manchas não gostam de mim e querem provar que podem ficar onde estão independente da minha ira no tanque. Talvez por trabalhar a vida toda com as mãos, escrevendo, sinto que o tanque, o sabão e a roupa pesada são inimigos dos meus dez instrumentos de trabalho. Mesmo sem talento, tenho que fazer o serviço. Lavei o que pude e agora, uma pilha de roupas me espera. É hora de ligar o ferro elétrico e pensar que na vida, tudo passa.
***
que dia é hoje?
eu sei em que ano estamos, claro, embora eu ainda vá errar muitos cheques nas próximas semanas. o horário eu não sei nem quero saber porque estou de férias. aqui a gente come quando tem fome, dorme quando tem sono e acorda quando o cérebro desperta. duro é saber o dia da semana, porque todos são iguais. a única pista é a programação da tv. ou o jornal, quando a gente compra.
férias na verdade, é isso, dias sem compromisso.
agora, por exemplo, terminei de arrumar a casa e ganhei alforria para caminhar. na chuva.
vamos até juqueía, a praia vizinha, andar.
se der, colherei fotos.
mas..com chuva?
Como?
Como essa reportagem entrou na pauta do jornal da globo? Frenéticas cover de belo horizonte? Fizeram apenas oito apresentações até agora? E não cantam, só dançam? E o Brasil com isso? Nada contra, louvável, beleza, mas ... como isso foi parar neste telejornal?

1/01/2004

imagem do site saharakelly.comTão engraçado isso..
Estou vendo Chocolate e achei a personagem de Caroline Clairmont, a mãe chata e malvada que reprime o filho e não gosta da mãe, muito familiar. Graças ao Imdb, descobri por quê: é a mesma atriz que faz Trinity em Matrix, Carrie-Ann Moss. O pior é que eu já tinha visto o filme e só agora me liguei. Antes tarde.
Reportagens repetidas
Há um certo tempo publiquei um post com reportagens que a tv mostra sempre, na mesma época, todos os danos. Esque ci uma que vi há pouco e que seeeeeeeeeeempre é feita: o primeiro bebê que nasceu no ano novo, chamado pela matéria de o primeiro brasileiro.
Crianças
Criança tem que brincar com criança. Misturou as idades, não dá certo. Estamos aqui há uma seman e as criançs de 8, 9, 10 anos, estão brincando sem parar o tempo todo. Todos rindo, brincando, pulando de roupa na piscina, uma transgressão imensa nesta idade.
Depois de todos esses dias de muita alegria, minha filha entra chorando em casa.
O que foi? Foi ele. O garoto maior, de uns 12 ou 13 anos, que chegou hoje, com chuva e já foi fazendo todo mundo chorar. Molhou as meninas, quebrou uma prancha e esfarelou todo o recheio de isopor pela água da pequena piscina do condomínio, pelo chão, emporcalhando tudo. A piscina está coalhada de pedaços de isopor. Só falta entupir o filtro.
E, claro, a roupa que ele molhou é a única roupa quente da minha filha. Quem ía trazer calça comprida e moleton felpado para o Revéillon na praia?
Fiquei louca da vida.
E já dei a primeira bronca de 2004.

Dia feio
Imagem do site floresonline.com.brChoveu o dia inteirinho, sem trégua. No único momento em que sua intensidade diminuiu um pouco, fui caminhar até a praia. Estava horrível. O mar, feio e bravo, a areia totalmente coberta de restos de velas, garrafas (muitas quebradas), rolhas, flores e outras oferendas.
Nos sites de notícias, o número de toneladas de lixo recolhido é destaque, em Santos, foram 250 e no Rio de Janeiro, mais de 700.
Aproveitei o dia em casa para fazer arrumação. Joguei muita coisa velha no lixo, separei brinquedos para dar para crianças menores, mudei alguns móveis de lugar.
O único problema sério no momento é que, com a chuva, a roupa que estava úmida não secou e a que estava seca e pendurada, molhou. Estamos praticamente sem toalhas. Mas na praia, é assim, a gente improvisa. Se for necessário, a gente se seca com um pano de louça.
O único que ainda está seco em casa.
Se continuar assim vou voltar pra casa com samambaias nascendo das orelhas.
Acho ótimo. Vou economicar meus brincos.

Fotolog
Subi algumas fotos para o fotolog.
Aproveite para ver as fotos lindíssimas do Guarujá no site do Geraldinho Anhaia Mello, sobreasondas.com
QUE CHUVA!
Chove. Pra caramba. Pra caracas. Cats and dogs. Torrencialmente. Canivetes. Desde a madrugada, sabe-se lá em que hora exata, uma chuva muito forte começou. E desde então, chove. Sem parar.
As ruas estão totalmente alagadas. As toalhas estão completamente encharcadas.
Mas... e daí? É ano novo! Feriado, todo mundo pode dormir, morgar, se jogar no ócio.
A única pergunta que não quer se molhar é... como é que eu vou correr ou caminhar?
Só tenho um par de tênis. Molhou, fedeu.
Vou subir umas fotos do primeiro do ano, chovendo.
Ano novo!
Normalmente eu não bebo. Mas hoje, excepcionalmente, hic, decidi não ser normal. Bebi prosecco por influência do livro que estou lendo. Depois, fui colecionando superstipões aqui e ali. Pular sete ondas, chupar doze uvas para adoçar os doze meses do ano, comer lentinhas para trazer dinheiro e carne de cabrito para fazer o ano andar.
Compilei tudo e hic, tomei um pouco de champange.
Fui para a praia. Hic. Tomei mais champagne.
E aí, começou. Pulei sete uvas. Chupei doze ondas. Depois, fui correndo procurar o cabrito para dar lentilha pra ele poder andar.
Hic.
Deu tudo certo no fim.
O pavê estava delicioso.
Mas como ainda era uma espécie de hoje, não contou para a dieta do ano novo de 2004.
Escrevi a meta na agenda, no primeiro dia do ano, válido pra todos os 365 dias vindouros:
- engordar a conta bancária e emagrecer o corpo.
Feliz ano novo!

12/31/2003

Feliz Ano Novo!
fonte da imagem http://www.fleckensteins.com/images/balloons/balloon%20smiley.jpg
Viagem na viagem
Assim que terminei de ler 'Carnaval no Fogo', do Ruy Castro, comecei a ler 'Sob o sol da Toscana', de Frances Meyes, um livro que ganhei de presente de uma querida leitora,que trabalha numa importante editora (sempre as rimas...) e que deve estar passando o reveillon com sua filhota. Não sei se ela quer que eu diga que ela me manda muitos e adoráveis livros de presente, como também fazem outros queridos leitores. A Déa, por exemplo. Isso, sem contar todos os que já contribuíram com livros, não para mim, mas para a Biblioteca da Maria (preciso reativar meu contato com a Maria para saber como estão seus planos de entrar na faculdade).
Não conheço a Toscana mas estou encantada, viajando na viagem, de Barra do Una para a Itália, acompanhando a aventura da escritora de cometer a loucura de comprar uma casa secular, uma villa italiana, propriedade onde ela pretende extrair o próprio azeite das oliveiras e colher as uvas de suas parreiras.
Agora que já assei o perú, já fiz o arroz com passas, vou retomar a leitura.
Descobri que aqui na praia, passo diante do fogão o mesmo tanto de horas que em são paulo passo diante do computador.
Meu marido tem achado meus posts muito saborosos.
Eu, concluí que um dia todo de tanque e pia faz por fora o mesmo mal que o teclado faz para as mãos, por dentro.
No fundo, viver dá trabalho.
Sim, tem gente que fica milionário e pode comprar trabalho de todo mundo pra não ter que trabalhar nada.
Mas no final, até no caso do bilionário da Parmalat, a vaca foi pro brejo.
Um brejo italiano, o que me leva de volta à Toscana.

Leia mais sobre o livro no site da Livraria Cultura.
ganhou um brasileiro!
e o segundo lugar também!
viva a são silvestre!
As lavadeiras fazem assim
Lavei roupa no tanque hoje de manhã, na unha, esfregando e cantando 'ensaboa, mulata, ensaboa'. Pendurei tudo no mini-varal portátil. Biquínis, camisetas, toalhas e mais toalhas, bermudas e muito etc. Veio a chuva e molhou tudo o que estava semi-seco.
Tudo bem, não foi por mal.
Acho que a chuva também queria lavar as roupas da minha sinhá.
Lembra da música? para lavar a roupa da minha sinhá..
tá qui, no jangada brasil.
As lavadeiras fazem assim.. as lavadeiras fazem assim... assim...assado..
assado?
Gente! Tenho que tirar o perú do forno!!
Ecologicamente Impossível
Olhando o céu, o mar, o rio, a areia, as árvores, a chuva com seu cheiro de terra e barulho de fim de mundo, sentimos orgulho de fazermos parte da natureza. Foi o que pensei ao tirar esta foto, sentada numa cadeira de praia na sombra de uma barraca.
Mas a natureza humana é muito complexa. E ao mesmo tempo que alguns cidadãos mais conscientes instalam lixeiras na praia para preservar toda essa beleza, outros seres humanos conseguem atolar uma lata de lixo para vidros com todo material plástico e orgânico do mundo.
Tudo bem, tem gente que não sabe ler, talvez algumas crianças que ainda não foram alfabetizadas também tenham errado a lata e até concordo que a lata verde deveria ser para material orgânico, por associação com o que vem da natureza.
Acho que a natureza choveu só de raiva de tanta gente estragando a paisagem.
Ou talvez sejam só lágrimas do céu.
Chuva!
Esta caindo um temporal aqui no litoral. É uma rima mas definitivamente não é uma solução.
Há anos passo o reveillon aqui. Há anos, chove à noite.
Neste momento, vejo a São Silvestre pela TV, em SP, com a pista toda molhada.
Se é pra lavar a sujeira que 2003 deixou, que venha.
Jornalismo, IML do mundo
Fiquei assistindo a um canal de notícias na direct tv. Impressionante. A gente já sabe que as agências de notícias só divulgam desgraça mas os canais que não produzem nada e apenas compilam as desgraças planetárias acabam transformando os jornais em IMLs eletrônicos, trazendo corpos de todos os países.
Você acompanha vinte minutos de acidentes, desgraças, cataclismas, crimes hediondos e descobre porquê os os apresentadores estão tão desanimados.
Não que devessem ser bobos alegres contando historinhas, mas um pouquinho de felicidade não faria mal a ninguém.
Deve ser por isso que o esporte cresce tanto, é o único assunto dito 'jornalístico' que não tem os cadáveres por objetivo, mesmo que eles até aconteçam.
O jornal me fez lembrar uma cena de um filme do divertido Monty Python, que mostrava uma cena na idade média em que um recolhedor de mortos da peste bubônica gritava 'bring out your dead!', puxando uma carroça. Um dos caras na carroça berrava que estava vivo ainda e o puxador de carroça logo deu um jeito de mudar o fato.
Acho que no caso da gente 'bring out our dead', só no sentido de jogar fora os fantasmas que nos assombraram durante o ano.
Se o natal é dia de renascimento o ano novo é dia de renovação.
Acho que o tanque me deixou filosófica.
Estradas lotadas
Não quero nem pensar nisso. Já estive nessa exata situação, num dia 31 de dezembro, na mesma estrada para o litoral, acreditando que ía virar o ano ao volante.
Horrível.
Último dia
Talvez devéssemos sempre colocar nos posts frases prontas como 'isto é apenas minha opinião', 'toda regra tem exceção', 'não estou generalizando', da mesma forma como as tortas quentes do McDonald's trazem na embalagem um aviso impresso sobre a possibilidade do cliente queimar a boca. É uma medida legal para evitar problemas jurídicos. E para contornar o desejo humano de encontrar pelo em ovo.
Digo isso porque o título deste post é, sim, último dia, mas é apenas um simbolismo. O mundo não vai acabar e o último dia de 2003 é uma convenção do calendário. O mundo gira, a lusitana roda mas ninguém fez uma marquinha na primeira volta pra saber onde começa e termina o movimento incessante.
De qualquer forma, vivemos de símbolos, de ritos, precisamos disso. Dá importância a nossa existência e a sensação ilusória de que temos, enfim, algum poder.
Temos poder, sim.
Inclusive de transformar nossa vida e o mundo a nossa volta, incluindo as pessoas.
Assim, estou começando este fim de primeira metade do último dia deste ano, lembrando o óbvio. Podemos fazer o melhor de nós mesmos. Acho que o primeiro passo é não se incomodar com o que não somos e com o que os outros são.
Bom dia, e até mais tarde, que hoje é noite de revelhão!!!
boa noite
até amanhã.
oba
2004 vai ser o ano da comunicação.
tô nessa.

12/30/2003

S.O.S. Abobrinha
OK, eu confesso. Eu estava vendo uma reprise do João Kléber no superpop de Luciana Gimenez. Mas quem era o tal 'apresentador' e a tal 'mulher que casou com o cara rico', que são desafetos dele?
Template
Aqui estou, online mas sem postar, vendo M...na TV, ou melhor, reprise de M..
Enquanto isso, mexo aqui e ali no template. Também tenho que fazer uma faxina séria...
Metrossexual, o novo "homem moderno", invade a cultura pop
Acho o termo muito ruim, não consigo deixar de associar com o transporte urbano subterrâneo e aí, parece que metrossexual é o tarado do vagão do metrô!
FELIZ 2004!
Olha que coisa mais linda o cartão de fim de ano que a Andréa Camara, nossa querida Déa, fez em flash.
Tem mais, se você for até lá fora agora, e olhar a lua vai ver que é exatamente a mesma que ela desenhou!

Pés
Chinelo, eu tenho. Tênis eu trouxe. Vim com uma sandália e outra veio na mala. Portanto, tenho calçado para as férias toda. O problema é outro. Preciso de um novo par de pés. Caminhar pela areia fofa, ou úmida, ou encharcada, perambular pelas ruas de terra e pedra, ir e vir descalça pelas calçadas, está acabando com meus queridos pés, que me sustentam o dia inteiro (aprendi isso no Rá tim bum).
Se alguém tiver pés novos, tamanho 36, agradeço.
Também aceito uma massagem nos pés antigos.
The Summer IS Tragic!



De Barra do Una, no litoral norte do estado de são paulo, até o Guarujá, viaja-se tranquilamente pela Rio-Santos. Tranquilamenta em dias normais mas não num 30 de dezembro. Mesmo assim, fomos.
Saímos com uma filha de casa, pegamos um filho na estrada e seguimos até o Guarujá driblando todos os péssimos motoristas, ou seja, basicamente todos os que estão fora do carro onde estamos.
Contando com a solidariedade do pessoal que dá sinal de luz pra avisar que há policiais por perto, fomos ultrapassando sempre que possível até chegar à entrada do Guarujá.

Lá, ninguém não apenas não consegue ultrapassar ninguém como mal consegue se mover. O termo exato que descreve a situação do Guarujá para o Reveillon é un-be-fucking-lievable.

Fomos até a praia do tombo, visitar meus pais, que acordaram às cinco da manhã e, claro, ao meio dia, estavam com fome. Enquanto eles saíram para almoçar, deixamos o carro na rua e fomos à pé até outra praia, Pitangueiras, visitar minha sogra.

A caminhada foi longa porém agradável já que o dia estava semi-nublado.

A visão da praia é assustadora, como mostram sempre as primeiras páginas dos jornais paulistas. Clique na foto para ampliar a desgraça. O que se vê é uma faixa de céu, uma faixa de arranha-céus, uma faixa de guarda-sóis, uma faixa de carne moída, uma faixa de mar e praticamente nada de areia. Diz a lenda que as pessoas andam arrastando os chinelos pois, se levantarem um pé do chão provavelmente não encontrarão lugar para colocá-lo de volta.

Chegamos no apartamento da minha sogra que havia feito tudo para preparar nosso almoço até que...acabou o gás. E, claro, nessa época,não se acha um bujão de gás com essa facilidade. E assim, tentamos consolá-la mas preparados para sair de lá sem almoçar mesmo.

Liguei no celular do meu pai e, para meu choque, quando perguntei se ele ainda estava no restaurante ele me disse que estava no pronto-socorro.

Meu pai saiu com minha mãe (ela tem 70, ele 75) caminhando até um restaurante simples ali no Tombo. No caminho, tropeçou numa pedra e caiu. Feriu-se muito. Ralou ambos os braços, as mãos, a perna, o ombro e só não bateu a cabeça no poste por um reflexo. Ficou caído no chão, sangrando muito e minha mãe não teve forças para levantá-lo.

Meu pai disse que graças a Deus, ainda existe muita gente boa nesse mundo. Um casal, que ía para a praia, levantou meu pai, levou-o à farmácia e acompanhou a limpeza dos ferimentos. O farmecêutico disse que era caso pra pronto socorro.
O homem então, foi até sua casa, pegou o carro, levou meu pai para o pronto socorro, esperou que ele fosse medicado e levou-o de volta para casa.

O enfermeiro do pronto-socorro, vendo a situação do meu pai, todo enfaixado, compreendeu que ele não terá condições de trocar os curativos e disse que, a partir de amanhã, ele irá até meu pai para trocar as bandagens.

Acalmamos minha mãe, tranquilizamos meu pai e voltamos para Barra do Una, com a certeza de que tudo está sob controle. E, claro, pensando no que é a vida e no que representa envelhecer.

Assim que chegamos, fomos direto para o mar, lavar a alma. O mar estava maravilhoso, cheio de ondas altas e leves. Do mar, fomos tirar o sal no rio, gelado e revigorante.

Agora, que os sustos já passaram, que já comemos alguma coisa, que já estamos limpos e respirando mais fundo, só resta esperar que o ano acabe logo e dê chance a um ano novo. E que, a cada dia, a gente seja capaz de amar, de ajudar, de ser solidário com o próximo, de perdoar os erros dos outros, de perdoar os nossos próprios erros, de rir de si mesmo, de dividir os sentimentos com os outros. Porque a vida é tão frágil quanto breve e daqui, não levaremos nada. Mas enquanto aqui estivermos é sempre melhor saber que por onde passamos deixamos um rastro de afeto, alegria, alívio e compreensão.




bundinha!
estamos saindo daqui pra ir até o guarujá, visitar papai, mamãe e sogrinha.
voltamos no fim da tarde.
até lá.
Millôr Fernandes disse: "Eu não tenho medo dos fatos eu tenho medo das manchetes".
Perfeito. Agora, nesse feriado de fim de ano, com a diminuição drástica das notícias nos sites, percebemos que quem cria a tensão é a mídia. Não há como acreditar que o mundo tenha parado de gerar fatos só porque é final de ano. E não é isso mesmo. São os profissionais de mídia (ó Ceus, não todos, alguns!) que transformam alguns fatos em notícias intensas, definitivas, essenciais. Um caso eleito por uma tv pode se transformar no assunto do dia em todo o país, caso o editor decida investir na exclusividade da cobertura, especialmente no caso de crimes.
Lendo as capas do UOL, do Terra, tão pífios em novidades neste dia 30 de dezembro, temos a sensação de que que até o terrível terremoto no Irã passa despercebido.
Melhor seria se fosse assim o ano todo. Sem o alarmismo viciante que exige cada vez mais intensidade dramática, o pessimismo aumenta e a profecia do medo se concretiza.
Por hora é só, boa noite, até amanhã.
Sim, porque a boa notícia é que haverá uma amanhã!

12/29/2003

Ruy Castro
Não é só pela elegância de um autor que usa expressões como "honni soi qui mal y pense" (tive que pesquisar na web pra encontrar a tradução exata) mas pelas criações de Ruy Castro. Veja isso:

"A disparidade era tão grande que, quando os Patek-Phillipe marcavam cinco horas da tarde na rua do Ouvidor, ainda era 1701 na maior parte do país."
(Carnaval no fogo)
Foi assim
Eu estava procurando a origem exata da palavra admirar. Googlei com "o prefixo latino ad". Fui dar (geograficamente falando) numa página em arquivo de um blog chamado Letra Miuda. O título do post era "Economia doméstica é suicidar-se comigo", que explicava redundâncias etimilógicas dos termos economia doméstica, suicídio e comigo. Achei muito interessante. Cliquei outra data e li outro post, o mais atualizado, de agosto deste ano, e outro de julho. O texto dizia:

Dicionário dos símbolos perdidos: fragmento
A tangerina, bem como a laranja, é um símbolo solar. Tem o sol na forma e na cor o fogo. Seu cheiro irrompe da casca tomando a cozinha, ou a árvore no pomar, e quando a comemos o azedume nos aperta os olhos como a luz de manhã clara demais, libertada de cada alvéolo.

posted by Glhrm Qndt at 16:06

Fiquei admirada. Adorei. Mas o blog não tem nenhum contato, nada, só a assinatura Glhrm Qndt, um evidente Guilherme e um plausível Quandt, como Mary. Procurei por Guilherme Qndt e desta vez, encontrei outra admiradora do Letra Miúda, no blog poucas e boas.

De fato, é esse seu nome. Li isso no wunderblogs, que informa que Guilherme é advogado e mora em Florianópolis. E de tanto pesquisar coisas sobre ele, acabei encontram um texto muito bom. Não quero com isso dizer que concordo com tudo o que está escrito mas digo que o texto é bom. Experimenta. Do digestivo cultural.

Ah, sim, mandei um email pra ele. Alea jacta est.

fim de tarde
não fotografei o por de sol, não estava com a câmera digital no momento em que o céu se tingiu de dourados e lilazes escrevendo em cores um verso de djavan.
Com licença
mas eu tenho que acabar de ler o livro do ruy castro, pra aliviar esse sofrimento. eu adoro o texto dele, adoro. sou uma fã incondicional, tenho cólicas mentais quando leio o que ele escreve. quando estou assim, na reta final, começo a pensar em recomeçar o livro só para reler e marcas as passagens mais incríveis. acho que vou fazer isso e comentar aqui, alguns achados que me deixam com aquela inveja de salieri diante de mozart...
Com licença
mas eu tenho que acabar de ler o livro do ruy castro, pra aliviar esse sofrimento. eu adoro o texto dele, adoro. sou uma fã incondicional, tenho cólicas mentais quando leio o que ele escreve. quando estou assim, na reta final, começo a pensar em recomeçar o livro só para reler e marcas as passagens mais incríveis. acho que vou fazer isso e comentar aqui, alguns achados que me deixam com aquela inveja de salieri diante de mozart...
Desenho
Graças a Deus minha filha de 9 anos sabe mexer no controle e tirou da Band, colocou num desenho e, claro, saiu de casa. Eis-me aqui, sob um ventilador de teto, teclando no laptop, ao som de super heróis na tv.
Atire a primeira pedra... de gelo!
Não sei mexer no controle remoto da tv. Não porque eu seja burra mas porque não tem lógica. O enter não entra, channel não muda o canal, o volume não tem nada a ver com o áudio. E para mudar da tv convencional para a direct tv tem que apertar alguma coisa que eu não sei bem qual é.

Assim, enquanto eu lavava a louça, limpava a pia, a cozinha e o fogão, além de servir sorvete com confete, fiquei acompanhando um programa chamado A Hora da Verdade. O texto chegava a ser cômico, de tão primário, uma coleção de clichês de fazer inveja ao Homem Chavão e seus companheiros.
A narração era feita por uma garota fanha porém esforçada.

O video durava horas. A história era a coisa mais provinciana do mundo.
A única coisa que justificaria alguém receber um salário para escrever aquilo é outro lugar-comum, aquele que diz que, enfim, pelo menos o autor não está roubando nem matando. Mais ou menos, porque o que vi e ouvi matou milhares de neurônios que até então me eram caros e saudáveis e o tempo de minha tardia juventude que me foi roubado não voltará mais.

Mas quem sou eu pra criticar um texto podre como este se eu mesma já fui mal paga pra fazer coisas tão ruins ou até piores? Por dinheiro, para sobreviver, já escrevi texto de apostilas de parapsicologia de um picareta que encontrei pelo caminho nos anos 80, fiz cartas de ouvintes fictícios para rádios AM, letras de música de gosto duvidoso e, apogeu do fundo do poço, fiz uma letra de música para o filho do Tiririca, encomendada por seu empresário. Claro, eu poderia dizer que fiz tudo com dignidade, mas certamente este tipo de trabalho me colocou como figurante naquele filme de elenco record, "Teu passado te condena".

Como D'us existe e é pai, até esta página arrancada da minha autobiografia não-autorizada teve um final feliz. A letra da música era para tentar uma reconciliação do menino com seu pai, que não falava com ele e nem permitia que usasse seu nome. Depois de semanas de sofrimento geral no estúdio (o garoto não tem voz nenhuma para cantar), a música foi gravada e interpretada no dia dos pais, ao vivo, no programa do Faustão, anos atrás. Neste dia, eu estava na casa do meu pai e avisei que a música era minha. Ele ficou todo orgulhoso. Pensando bem, valeu. Atire a primeira pedra quem nunca produziu um trabalho medíocre. De preferência, uma pedra de gelo, no meu copo que o calor aqui na praia, tá que tá.
INFO Online - Plantão Info - Holanda legaliza download do KaZaA - (22/12/2003)
Kazaa é legal, a Holanda é legal, e música é legal.
Se tudo é tão legal, porque manter o prazer na ilegalidade?
eu uso!
Kalau mandou o gif da espiral, que acendo toda santa noite. Funciona. A parte mais difícil é desengatar uma da outra sem quebrar o miolo de ambas. A segunda coisa chata é que cada pacotinho só vem com um suporte. Então, se você precisa acender uma espirarl na sala, uma no quarto do casal e outro no das crianças, tem que comprar três caixas inteiras.
Valeu,Kalau, adorei.
Que horas são, por favor?
Acho que sou a única pessoa que vai de relógio à praia. Na verdade, não tiro o relógio pra nada, acostumei com ele. E um relógio de plástico, à prova dágua, que tem tudo que eu preciso como cronômetro, despertador, calendário. Além disso me proporciona inúmeros obrigados acompanhados de sorrisos já que todo mundo na praia me pergunta que horas são.
Agora, por exemplo, é quase meio dia. A panela está no fogo fazendo arroz para o almoço, os filés de peito de frango já estão temperados no limão, sal, cebola e alho desde ontem, a salada vai ser feita na hora.
Estou terminando de ler um livro do Ruy Castro, Carnaval no fogo e com isso,concluo que ele não é meu autor favorito apenas, é meu cozinheiro predileto. Sim, porque não leio o livro, devoro-o. Comecei a lê-lo (língua portuguesa...)ontem à tarde e já estou quase acabando. Ele escreve tão bem que dói. Tem horas que tenho que baixar o livro e sofrer um pouco com a incrível originalidade de uma frase ou expressão.
Para não deixar o post só nessa coisinha pessoal, um comentário global sobre os EUA, que estão sempre perseguindo alguém. Depois de procurar Osama e achar Saddam, agora tá todo mundo atrás da vaca louca.
Só falta fazer um baralho com as vacas mais procuradas...
bom dia!
meio dia!

12/28/2003

boa noite!
e até amanhã. quase no fim do ano...
Abri a sala de chat
Entre no UOL, Tema Livre, Salas criadas por assinantes, Tema Livre e Querido Leitor. Já já entro lá. Fique à vontade.
VIDA DE PIA E TANQUE
Esfregar meia, cuecas, calcinhas, camisetas, biquínis. Passar o dia varrendo, limpando e arrumando as camas. Catar e pendurar toalhas molhadas de manhã, à tarde e à noite. Nos intervalos, ir à padaria (pra variar hoje não tinha pão), ao supermercado, guardar as compras e depois, fazer o café, o almoço, o jantar, o lanche. Servir incontáveis copos de refrigerante e responder a milhares de perguntas que só uma chefa de família é capaz. Se fosse um quiz show eu teria levado um milhão. É um tal de onde está o dinheiro, onde eu ponho o troco, cadê o shampoo, alguém viu meu celular, cadê meu chinelo, o dia inteirinho.
Neste momento, por exemplo, consegui minha alforria porque depois de fazer, servir e tirar o almoço, já lavei toda a louça, sequei a pia e limpei o fogão. A recompensa? Ah, um café sem açúcar direto da garrafa "telma" seguido de uma boa escovação de dentes.
E é assim, limpinha e honesta, que conquistei o direito de ligar a web. Até o próximo pedido de mãe me dá sorvete.
YES TEXTO NO MARCA
Ontem à noite, de passagem pelo quarto da minha filha, vi Grace Gianoukas no Serginho Groisman, fazendo a personagem que lhe trouxe a merecida fama e fortuna, uma maluca viciada em Lexotan que conquistou São Paulo nas Terças Insanas. (Estou escrevendo offline, depois que eu me conectar colocarei aqui o link para um post antigo sobre ela).
O bordão ôuôuôuô... e mais o Lexotan são as assinaturas da personagem, desde sempre. Mas isso é no teatro. Ou nos programas onde o departamento de merchandising libera a menção de marcas. Sem contar que tem a Anvisa e a proibição de propaganda de remédios de prescrição, aqueles que têm tarjas e só são vendidos com receita oazul, porque causam dependência.
Pois Grace teve que fazer um looooooongo monólogo suprimindo o nome Lexotan e, substituindo a marca por 'aquele meu calmante preferido' ou 'uma tonelada de calmantes'.
Deve ter sido difícil pra ela. Primeiro porque ela faz um humor sofisticado e nem sempre a platéia compreendia. Platéia gratuita de programa de tv que vai em ônibus de caravana não é o mesmo público de teatro que paga para ver show de humor em bares e cabarés.
Segundo porque ela não podia dizer Lexotan e acabava engasgando no personagem, saindo e voltando para ele.
Mas ela, ótima que só, segurou as pontas até o fim.
Aposto que depois do programa, Grace teve que tomar um... um .. calmante!
Li os comments!
Nao resisti e li tudo. Obrigada, gente. E, Taisa, que bom que você ficou feliz! Vou responder a todos. Melhor, vamos fazer um chat, hoje dez da noite? Eu abro uma sala no uol, ok?
beijos!
Bom dia. Nem me fale.
Passei a noite em sacrifício, oferecendo minha pessoa como banquete aos pernilongos, o dia amanhece nublado, até agora estou presa aos afazeres domésticos como servir café, lavar a louça, arrumar as camas, limpar a casa e, bem na hora que achei que poderia finalmente ir à praia,chegaram as compras do pão de açúcar delivery para guardar. E aí, a K-gada: acho que apertei sem querer o numero 2 no lugar do 1 e.. veio quase tudo dobrado.
Se alguém tiver uma sugestão para o que fazer com dois perús sem ofender minha moral e sem tocar no assunto sexual, eu agradeço.
Não dá pra acreditar. AGora mesmo fui à portaria levar frios, pão e queijo pra todo mundo.
Ah, sim, perdão, não li os comments, só conectei, abri o wbloggar e postei.
beijos.
Boa noite e...
uma percepção, mais do que uma notícia. O telefone do meu marido não pára de tocar. Não é um dado jornalístico ou estatístico mas muitas pessoas estão entrando em surto neste final de ano. Muitas emergências psiquiátricas, muitas pessoas em depressão, muitas pessoas em estado de mania, de euforia, muita agitação. Ele teve que interromper as férias e atender várias pessoas em São Paulo, coisa sem precedentes. Hoje, sábado, no meio da tarde, quando estávamos no restaurante, mais ligações de pessoas pedindo ajuda para outras pessoas que estão, digamos, fora do equilíbrio, fora do normal.
Não sei se isso está acontecendo apenas com ele ou com outros médicos da área, mas arrisco dizer que sim, há alguma coisa diferente,um processo. Como se as características de algumas pessoas estivessem mais exacerbadas.
Assim, antes de desejar feliz ano novo, vou desejar apenas mais tranquilidade, mais paz de espírito, mais calma e muito equilíbrio.
O equilíbrio é a medida da nossa saúde. Física, mental e espiritual.
Eu, aqui na praia, estou me reencontrando, me religando.
E buscando meu equilíbrio também.
Na medida do possível.


Atualizando as notícias
Marlene Mattos assina com a Band, morre o ator Haroldo de Oliveira.
Michael Jackson diz que...
...preferia cortar os pulsos a molestar uma criança.
E que, uma vez que seu rancho Neverland foi profanado pela polícia ele não vai mais morar lá.