8/05/2002

Sonho de consumo


Não consigo pensar em outra coisa. Tenho que dar essa cadeira de presente para meu marido no Dia dos Pais. OK, eu sei, é um daqueles presentes que você dá pra poder usar depois. Mas entenda, querido leitor, a idade, a maturidade e porque não dizer o envelhecimento mesmo, mudam os objetivos da gente. Quando você chega na idade em que começa a não enxergar mais como antes, descobre que também já corre, dança ou trepa na árvore como antes. Aqui, no sentido árvore mesmo.

Com o avançar das décadas, a saúde começa a prevalescer sobre a estética e dá uma vontade louca de voltar a ser molinho e gostoso como um bebê. Massagem, eis a palavra chave. Ao invés da academia, da malhação louca, da sedução suada, da paquera coletiva, o ser humano de meia-idade, já estabilizado emocional, profissional e financeiramente, fica assim. Com vontade de comprar uma deliciosa poltrona de massagens. É como estou. Não consigo pensar em outra coisa, a não ser descansar, relaxar, ficar tranquila, deixar de brigar no trânsito, abrir mão de ser estúpida e, sobretudo, não ficar irritada.

Acho que vou comprar a poltrona lá pra casa. Mas não é só pra melhorar a mim, mas ao mundo. Quando eu estou bem, como qualquer um, trato o mundo muito melhor. Se eu conseguir convencer o mundo de que será melhor pra ele, talvez, eu possa fazer uma coleta de doações pra pagar a poltrona.

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