1/29/2004

PSIQUIATRIA E DOCERIA

Meu marido e eu estamos tentando convencer nossos filhos a seguirem a carreira dele, a psiquiatria. A explicação é simples: o número de pacientes não pára de crescer. O mundo está enlouquecendo, ficando cada vez mais paranóico, estressado, deprimido. Não tem uma pessoa que não precise de ajuda ao menos uma vez na vida.
Falávamos isso e, logo depois, presenciamos uma cena maluca. No balcão da Doceria Ofner do Shopping Pátio Higienópolis, um homem começou a gritar com uma das balconistas, dizendo:

- Eu mando aqui! Eu sou o cliente! E se eu sou cliente você aqui é minha empregada! Eu não admito!

Ficamos atônitos. Ele voltou até sua mesa, onde sua esposa com cara de megera o esperava. Fiquei atenta e, de longe, vi que ela mandou ele voltar à Ofner e pegar o nome da funcionária num papel. Ele veio com carga total, gritando, obrigou a funcionária a pegar um papel e escrever seu nome completo, enquanto ele urrava:

- Eu vou fazer a Ofner demitir você!!!

A mulher dele, de longe, sorria toda feliz.

Não me conformei e fui falar com a moça e saber o que tinha acontecido. Com a maior paciência ela me disse:

-" Ele vem sempre aqui. Sempre assim, xinga, fala palavrão. Ele quer comer de graça. Quer comer doce e não quer pagar. E briga. Hoje, foi outra coisa. Ele pediu pra usar nossa pia de higienização, que é só para lavar as mãos. E começou a lavar os cotovelos, os braços, dentro da pia. Eu disse que não era permitido e ele começou a me xingar e brigar. Fazer o quê, tem que aguentar. Ele faz isso o tempo todo. "

É ou não é pra convencer todos os jovens a se tornarem psiquiatras e advogados? Alguém tem que tratar esses loucos. Alguém tem que defender essas vítimas.

Felizmente, o apfelstrudel estava ótimo.

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