3/26/2004

as aparências enganam
o trânsito congestionado das avenidas de são paulo numa sexta feira à noite, com aqueles rios vermelhos e amarelos de lanternas e faróis de carros, forma um mar de lava que não tem para onde escoar. pois no meio desta explosão vulcânica, um fragmento boiando em busca de um endereço, era eu.

dirigindo sozinha, numa rua escura de duas mãos, sem encontrar uma única casa com o número visível para me orientar, acabei dando voltas e voltas num mesmo trecho de duzentos ou trezentos metros.
irritadíssima, depois de um dia punk de trabalho, estacionei o carro num lugar horrível blasfemando contra o último compromisso da interminável agenda da semana.

até o momento em que toquei a campainha na casa escura, tudo parecia péssimo.
até que a porta abriu e um rapaz gentil me atendeu.
dali pra frente, um novo mundo se abriu.

o lugar era lindo, as pessoas simpáticas e competentes e me encheram de boas vindas.
a gravação foi ótima, tudo deu certo e em pouco mais de doze minutos eu já estava pronta para sair.
bela lição. vai pra coleção.

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