boi na linha
não sei se era eu, o servidor, ou o famoso sei lá, mas não consegui acessar o blogger.com o dia todo.
eu, besta que sou, fiquei tentando inutilmente, várias vezes, colocar uma notícia no ar, só para fazer um trocadilho idiota:
o verdadeiro boi na linha.
peço perdão pela bobagem, mas para mim, tem todo um sentido pessoal...
6/24/2003
Serendipity
Quando trabalhava na Rede Mulher, aqui em São Paulo, na época em que a emissora pertencia á família Montoro, de Araraquara, conheci uma pequena e maravilhosa loja que ficava no caminho até meu trabalho. A loja ainda está lá e chama-se Serendipity.
Não me lembro de ter conhecido esta palavra antes de conhecer a loja e foi sua proprietária quem me explicou o sentido da palavra. Em inglês, serendipity descreve o fenômeno de encontrar coisas agradáveis ou de grande valor, sem que você estivesse procurando por elas. O nome é perfeito para a loja de presentes. Você entra lá sem procurar nada em específico e acaba encontrando objetos para a casa, jóias feitas à mão, roupas costuradas artesanalmente, velas, tudo.
A palavra sempre reaparece em minha vida mas com muita discreção, sem fazer alarde. Se Serendipity fosse uma mulher, definitivamente não seria perua.
Hoje, ouvindo o programa Espaço Informal na Rádio Eldorado AM, com Gioconda Bordon, a palavra apareceu novamente. As informações que o entrevistado deu não foram precisas ou corretas pois ele disse, no ar que serendipity era uma palavra nova, tão nova que nem constava ainda dos dicionários de inglês. E que, apesar de ter 'pesquisado' sua origem e raiz, não encontrou nada.
Não deve ter procurado direito porque é só entrar no site do dicionário Webster e digitar serendipity, com um clique encontrará não só a explicação da palavra como sua origem:
- o conto de fadas Persa, chamado As Três Princesas de Serendip.
Este conto exótico, contada por uma antiga princesa do Sri Lanka, inspirou o novelista e político inglês Horace Walpole, a criar o termo serendipity, numa carta ao diplomata britânico, outro Horace, Horace Mann. A carta data de 28 de janeiro de 1754. O sentido dado à nova palavra era o da combinação de sagacidade com acaso numa descoberta inesperada.
Serendipity também é o nome de um filme com John Cusak. Encontre mais de 300 mil resultados no google procurando.
Mas não é importante quem disse, ou se disse certo ou errado. O importante, a lição contida na própria palavra é este 'encontro por acaso', essa descoberta maravilhosa e inesperada que ela proporciona. Uma pessoa improvável, num lugar que talvez eu nunca fosse, anunciando uma palestra da qual não participarei, numa rádio que ouvi no carro. E, no entanto, trouxeram de volta esta palavra de volta.
Assim, por caminhos tortuosos e questionáveis, reencontrando o acaso, a sagacidade, a sorte, a descoberta.
Serendipity. Me deu até vontade de visitar a loja.
Quando trabalhava na Rede Mulher, aqui em São Paulo, na época em que a emissora pertencia á família Montoro, de Araraquara, conheci uma pequena e maravilhosa loja que ficava no caminho até meu trabalho. A loja ainda está lá e chama-se Serendipity.
Não me lembro de ter conhecido esta palavra antes de conhecer a loja e foi sua proprietária quem me explicou o sentido da palavra. Em inglês, serendipity descreve o fenômeno de encontrar coisas agradáveis ou de grande valor, sem que você estivesse procurando por elas. O nome é perfeito para a loja de presentes. Você entra lá sem procurar nada em específico e acaba encontrando objetos para a casa, jóias feitas à mão, roupas costuradas artesanalmente, velas, tudo.
A palavra sempre reaparece em minha vida mas com muita discreção, sem fazer alarde. Se Serendipity fosse uma mulher, definitivamente não seria perua.
Hoje, ouvindo o programa Espaço Informal na Rádio Eldorado AM, com Gioconda Bordon, a palavra apareceu novamente. As informações que o entrevistado deu não foram precisas ou corretas pois ele disse, no ar que serendipity era uma palavra nova, tão nova que nem constava ainda dos dicionários de inglês. E que, apesar de ter 'pesquisado' sua origem e raiz, não encontrou nada.
Não deve ter procurado direito porque é só entrar no site do dicionário Webster e digitar serendipity, com um clique encontrará não só a explicação da palavra como sua origem:
- o conto de fadas Persa, chamado As Três Princesas de Serendip.
Este conto exótico, contada por uma antiga princesa do Sri Lanka, inspirou o novelista e político inglês Horace Walpole, a criar o termo serendipity, numa carta ao diplomata britânico, outro Horace, Horace Mann. A carta data de 28 de janeiro de 1754. O sentido dado à nova palavra era o da combinação de sagacidade com acaso numa descoberta inesperada.
Serendipity também é o nome de um filme com John Cusak. Encontre mais de 300 mil resultados no google procurando.
Mas não é importante quem disse, ou se disse certo ou errado. O importante, a lição contida na própria palavra é este 'encontro por acaso', essa descoberta maravilhosa e inesperada que ela proporciona. Uma pessoa improvável, num lugar que talvez eu nunca fosse, anunciando uma palestra da qual não participarei, numa rádio que ouvi no carro. E, no entanto, trouxeram de volta esta palavra de volta.
Assim, por caminhos tortuosos e questionáveis, reencontrando o acaso, a sagacidade, a sorte, a descoberta.
Serendipity. Me deu até vontade de visitar a loja.
Tipos

As novas modalidades de pesquisa de consumo não classificam mais as pessoas apenas pelo número de secadores de cabelo, cortadores de unha e barbeadores elétricos que possuem em suas casas. Nem só pela renda anual, nível de escolaridade e número de penicos e banheiros na residência.
Há algum tempo, o melhor jeito de classificar o consumidor é fazendo seu perfil psicográfico.
No começo, pensei que fosse uma espécie de mapa astral de consumo mas é mais do que isso, é um perfil psicológico, social, mental, do indivíduo, que de alguma maneira misteriosa coloca na mesma coluna no sulfite impresso, pessoas que talvez jamais se encontrassem na vida e que, não tem nada mais em comum do que terem escolhido a mesma máquina de lavar pratos pelas mesmas razões.
Lendo os atributos que descrevem essas pessoas a gente sente até um certo desconforto e uma vontade imensa de procurar a si mesmo naquele monte de descrições. Exemplo: 'é uma mulher ativa e moderna mas que se sente culpada por cuidar mais do trabalho do que dos filhos'. 'adora receber gente em casa porque precisa dos aplausos e elogios dos convidados' ou, 'gosta de receber mas é tão autoconfiante que não se importa se as visitas não elogiarem a comida'.
A gente já sabe que está sendo monitorado o tempo todo, não só por causa das plaquinhas de 'sorria, você está sendo filmado' em prédios públicos, mas porque toda a indústria de produtos e serviços quer nosso dinheiro. Todo mundo que produz quer vender e todo mundo que vende quer um comprador. E todo mundo é comprador durante toda a vida. Por isso, todo mundo precisa saber tudo sobre nós, especialmente nossos pontos fracos porque eles são os portais de entrada da comunicação do marketing.
Um jeans que custa mil reais só é vendido porque a marca foi transformada em um símbolo de tudo o que aquela pessoa busca, status, reconhecimento, poder, sofisticação. É como se a pessoa ao comprar o jeans recebesse uma tatuagem na testa onde se lê 'estou por cima da carne seca'. O mesmo se aplica às mulheres que compram bolsinhas mínimas que custam milhares de dólares. Aquela bolsinha mal serve para abrigar a chave do carro e o batom mas é como um passaporte para o mundo do glamur das revistas de celebridades. O fotógrafo vai ver a bolsinha e logo vai perceber que naquela alça há uma mão de milionária ou candidata a celebridade. É a vida.
O mais incrível é que ninguém escapa disso, nem mesmo os jovens mais rebeldes. Soube ontem que um pesquisa brasileira recentemente classificou os jovens em 65 diferentes tipos de tribos. Garanto que todos se acham únicos e diferentes e que contestam todas as regras da sociedade de consumo. Fogem de umas e caem em outras regras. Não há exceção para quem consome.
A única chance seria a gente voltar ao mundo dos Waltons e criar o próprio carneiro, tosquiá-lo, fiar a lá, pegar dois gravetos e fazer a própria malha de tricô. Aí sim, não haveria etiqueta, griffe, loja, marketing, nada. Para isso, você teria também que alimentar o carneiro com comida orgânica que você mesmo plantou e adubou com o esterco da vaca ou da galinha. Sem fertilizantes porque senão você já caiu no consumo de produtos agrícolas.
Mas é difícil escapar mesmo assim porque em última instância, a menos que você viva numa fazendinha sem eletricidade, totalmente auto sustentável energeticamente, um ahora você teria que comprar combustível num posto e pimba, lá estaria uma grande marca a sua espera.
Essa tendência parece crescer a cada dia, a de psicografar hábitos de consumidores. Talvez fosse interessante uma empresa fazer o perfil psicográfico de todos os internautas. Aí sim, teríamos muita matéria pra publicar, muito assunto para discutir. Porque cada um de nós, na rede, tem a sensação de ser múltiplo, de ter muitas faces, de poder mais o que imaginamos. E quem, sabe, a marketing consiga transformar essa vontade que todo mundo tem de ser mais do que é para que cada um compre mais do que pode. Aí, sim, vai ser a festa do caqui de griffe!
Bom dia.
Sem logos.


As novas modalidades de pesquisa de consumo não classificam mais as pessoas apenas pelo número de secadores de cabelo, cortadores de unha e barbeadores elétricos que possuem em suas casas. Nem só pela renda anual, nível de escolaridade e número de penicos e banheiros na residência.
Há algum tempo, o melhor jeito de classificar o consumidor é fazendo seu perfil psicográfico.
No começo, pensei que fosse uma espécie de mapa astral de consumo mas é mais do que isso, é um perfil psicológico, social, mental, do indivíduo, que de alguma maneira misteriosa coloca na mesma coluna no sulfite impresso, pessoas que talvez jamais se encontrassem na vida e que, não tem nada mais em comum do que terem escolhido a mesma máquina de lavar pratos pelas mesmas razões.
Lendo os atributos que descrevem essas pessoas a gente sente até um certo desconforto e uma vontade imensa de procurar a si mesmo naquele monte de descrições. Exemplo: 'é uma mulher ativa e moderna mas que se sente culpada por cuidar mais do trabalho do que dos filhos'. 'adora receber gente em casa porque precisa dos aplausos e elogios dos convidados' ou, 'gosta de receber mas é tão autoconfiante que não se importa se as visitas não elogiarem a comida'.
A gente já sabe que está sendo monitorado o tempo todo, não só por causa das plaquinhas de 'sorria, você está sendo filmado' em prédios públicos, mas porque toda a indústria de produtos e serviços quer nosso dinheiro. Todo mundo que produz quer vender e todo mundo que vende quer um comprador. E todo mundo é comprador durante toda a vida. Por isso, todo mundo precisa saber tudo sobre nós, especialmente nossos pontos fracos porque eles são os portais de entrada da comunicação do marketing.
Um jeans que custa mil reais só é vendido porque a marca foi transformada em um símbolo de tudo o que aquela pessoa busca, status, reconhecimento, poder, sofisticação. É como se a pessoa ao comprar o jeans recebesse uma tatuagem na testa onde se lê 'estou por cima da carne seca'. O mesmo se aplica às mulheres que compram bolsinhas mínimas que custam milhares de dólares. Aquela bolsinha mal serve para abrigar a chave do carro e o batom mas é como um passaporte para o mundo do glamur das revistas de celebridades. O fotógrafo vai ver a bolsinha e logo vai perceber que naquela alça há uma mão de milionária ou candidata a celebridade. É a vida.
O mais incrível é que ninguém escapa disso, nem mesmo os jovens mais rebeldes. Soube ontem que um pesquisa brasileira recentemente classificou os jovens em 65 diferentes tipos de tribos. Garanto que todos se acham únicos e diferentes e que contestam todas as regras da sociedade de consumo. Fogem de umas e caem em outras regras. Não há exceção para quem consome.
A única chance seria a gente voltar ao mundo dos Waltons e criar o próprio carneiro, tosquiá-lo, fiar a lá, pegar dois gravetos e fazer a própria malha de tricô. Aí sim, não haveria etiqueta, griffe, loja, marketing, nada. Para isso, você teria também que alimentar o carneiro com comida orgânica que você mesmo plantou e adubou com o esterco da vaca ou da galinha. Sem fertilizantes porque senão você já caiu no consumo de produtos agrícolas.
Mas é difícil escapar mesmo assim porque em última instância, a menos que você viva numa fazendinha sem eletricidade, totalmente auto sustentável energeticamente, um ahora você teria que comprar combustível num posto e pimba, lá estaria uma grande marca a sua espera.
Essa tendência parece crescer a cada dia, a de psicografar hábitos de consumidores. Talvez fosse interessante uma empresa fazer o perfil psicográfico de todos os internautas. Aí sim, teríamos muita matéria pra publicar, muito assunto para discutir. Porque cada um de nós, na rede, tem a sensação de ser múltiplo, de ter muitas faces, de poder mais o que imaginamos. E quem, sabe, a marketing consiga transformar essa vontade que todo mundo tem de ser mais do que é para que cada um compre mais do que pode. Aí, sim, vai ser a festa do caqui de griffe!
Bom dia.
Sem logos.
6/23/2003
ban the pop up!
isso sim é um grande passo para a internet, banir o pop up.
provavelmente, vão fazer pop-ups para lançar a campanha.
isso sim é um grande passo para a internet, banir o pop up.
provavelmente, vão fazer pop-ups para lançar a campanha.
Tanto pra saber....
É assustador ver a quantidade de informação que a gente consome, especialmente a partir do ponto de vista de quem passou uns dez dias fora da rede.
No AdVillage, por exemplo, me interessei por tudo.
Mas não tenho tempo pra ler agora.
O único link que acabei visitando por incapacidade de resistir à tentação, foi a agência de notícias da Fapesp.
É assustador ver a quantidade de informação que a gente consome, especialmente a partir do ponto de vista de quem passou uns dez dias fora da rede.
No AdVillage, por exemplo, me interessei por tudo.
Mas não tenho tempo pra ler agora.
O único link que acabei visitando por incapacidade de resistir à tentação, foi a agência de notícias da Fapesp.
A contadora do traficante
A TV mostrou a imagem da contadora de Fernandinho Beira-Mar, que tentou passar-se por sua filha. Ser contadora de traficante já é ruim o bastante, mas o crime é usar o nome de outra pessoa.
Escondendo-se da câmera, a moça não evitou o flagrante do close nos pés, mostrando que, de fato, ela é muito, muito pé de chinelo.
A TV mostrou a imagem da contadora de Fernandinho Beira-Mar, que tentou passar-se por sua filha. Ser contadora de traficante já é ruim o bastante, mas o crime é usar o nome de outra pessoa.
Escondendo-se da câmera, a moça não evitou o flagrante do close nos pés, mostrando que, de fato, ela é muito, muito pé de chinelo.
Por quê?
Por que o telefone sempre toca quando estamos no banheiro? Por que as americanas usam biquinis tão grandes? Por que as crianças entram na fase do por que? Por que?
A diferença entre por que, porque e por quê é fácil de entender. Difícil é resistir à tentação de querer entender o por quê de tudo, o tempo todo, para sempre.
Em muitos casos a compreensão destes por quês resultam em avanços científicos e tecnológicos, o que é muito bom. Mas, em geral, a ciência é feita mais de 'comos' do que de por quês. Os por quês são coisas da mente humana.
O caso mais clássico é o congestionamento, aquele que pára totalmente a rua, avenida ou estrada. A gente fica ali, parado e sofrendo, querendo saber por que parou, parou por quê??
Qual foi o maldito 'quê' que interrompeu nossos planos, nossa vida e nos fez parar assim?
Em geral, ligamos o rádio em busca de notícias, feitas pelos profissionais dos por quês, que explicam tudo para todo mundo.
O trânsito continua parado mas é totalmente diferente saber por quê você está ali.
A razão, o motivo, o por quê, dá uma perspectiva de futuro e assim, podemos tomar uma decisão. Parou porque tem um navio atravessado na pista e vai demorar dois anos para que ele seja retirado dali. Ah, bom, então, a gente larga o carro aqui e vai à pé pra casa. Parou porque tem dois cachorros trepando no meio da estrada e o povo parou pra ver. Já já eles desengatam e o trânsito flui normal. Certo, então, se é por isso, a gente vai até lá, dá uma espiadinha, volta, pega o carro e segue.
Há alguns dias, ou semanas, parei com o blog.
Por quê?
Por muitos motivos, mas, basicamente, por um só: o que sempre foi prazer, virou sofrimento. E se ninguém trabalha de graça para ficar sofrendo, imagine então pagar para ficar sofrendo.
O sofrimento é a dor teórica aplicada à prática. Acontece muito na ante-sala do dentista. Você sabe que a dor existe. Ela está lá. Mas é só quando chega a sua vez é que ela se materializa em sofrimento real.
Sempre usei o blog como espaço de expressão, divulgação, interação, diversão. A interatividade foi crescendo com a audiência até tomar corpo numa nova modalidade muito interessante: o ponto de encontro nos comentários dos posts, uma nova mídia dentro da mídia.
E, como toda mídia que ganha espaço, passa a ser disputada à tapa pelos sedentos de holofotes, passa a ser invadida anonimamente pelos que tem o prazer perverso de destruir, deixando pouco espaço para os que estão lá de forma legítima, ou seja, os que transformaram aquele espaço numa coisa boa.
Não me pergunte por quê, mas o mundo parece estar dividido em dois tipos de pessoas: as que sentem prazer e as que não permitem que as outras sintam.
As pessoas que sentem prazer, fazem. As que não sentem, destroem. As que sentem prazer, são felizes. As que não sentem, esforçam-se para impedir que alguém seja feliz na face da terra.
Essas criaturas são aquelas que, tendo desistido da felicidade por incapacidade ou falta de fé, dedicam toda sua existência e energia para garantir que ninguém mais seja feliz e tenha prazer na vida. São as guardiãs da infelicidade humana.
O mais louco é que essas pessoas são aqueles cidadãos insuspeitos que muitas vezes acreditamos como normais e temos até como modelo. É o pai de família bem sucedido, com linda mulher e filhos, mas que à noite, sai para catar travestis e ser penetrado pela ilusão, para exercer o que de fato é e não pode ser. É o empresário de nome pomposo que escreve lindos textos para jornais, sites e revistas e que escondido num nickname, solta a franga de macumba nos blogs, esculhambando tudo o que mais inveja. É a mulher recatada clássica, dos filmes e da literatura, que cuida do lar de dia e sai dando pra todo mundo à noite.
Por quês não resolvem. Você pode até entender por quê um padre é pedófilo mas isso não quer dizer que você vai aceitar o fato apenas porque compreendeu as razões. E nenhuma mãe vai mandar seu filho adolescente para um pediatra pedófilo depois de compreender que ele faz isso porque foi violentado quando era criança.
A gente entende por quê uma pessoa entra num blog com um pseudônimo para dizer o que não teria coragem de assinar com sua verdadeira identidade mas nem por isso vamos permitir que ela invada o espaço. Se fosse só uma questão de entender, você poderia pegar todos os moradores de rua e levar pra sua casa. Eles não têm casa, dê a sua. Eles não têm cama, deixe que durmam na sua. Pronto. Está resolvido? Não, não está.
Porque ninguém deixa a porta de casa aberta quando vai trabalhar. Ninguém vai para sua vida deixando para trás um caminho para ser invadido ou ofendido. E era o que eu estava vivendo. Todo dia, quando saía para minha vida, sabia que tinha deixado uma porta aberta. Uma entrada escancarada nos comentários, cada vez mais lidos, cada vez mais visitados, para todo tipo de maluco. Gente que entrava só para brigar com as outras pessoas, gente que entrava só para criar confusão, gente doida com vários nicks dialogando consigo mesma. Gente buscando apoio para suas opiniões, gente querendo atenção a qualquer preço, gente tentando se esconder para libertar seus demônios interiores.
E tudo isso, no meio de tanta gente decente querendo apenas, espaço e interação.
Por que fechei o blog? Porque não se dá facas para crianças. Porque não se dorme com as portas abertas. Porque quem ama cuida. Porque quem se respeita não permite a falta de respeito. E porque o tempo a tudo cura e a distância, organiza.
Depois de muitos dias sem entrar na Internet, longe de tudo, fica fácil avaliar a importância que as coisas de fato, têm.
Compreender não é saber o por quê, é situar-se diante dos fatos, mesmo sem modificá-los.
Provavelmente, vou resgatar meu prazer de escrever e continuar fazendo o blog, aos poucos, de outras formas. Mais lentas e suaves.
E, acredite, é melhor que eu me expresse escrevendo. Seria muito pior se eu resolvesse gravar um CD e fosse divulgar na mídia.Aí sim, ía ter gente me perseguindo, com razão.
Antes de mudar definitivamente de assunto, quero partilhar um aprendizado, ou melhor, uma confirmação, já que já haviam me contado isso. O anonimato na rede, é uma ilusão. Não existe.
Muitos dias depois, muitos reais depois, muito sofrimento depois, consegui saber os nomes, os endereços, os dados, das pessoas que, contadas nos dedos de uma mão, causaram esse sofrimento todo, pela intensidade de suas virulências. É um fato da epidemiologia. Os vírus são pequenos mas podem dizimar populações. Até serem controlados. E é por isso que precisa haver controle.
Pra ser mais precisa, na verdade, eu estava buscando apenas uma. E encontrei um clássico, pelo menos, baseado no que sei até agora.
É um nome pomposo, de homem, formado, com título de faculdade. Não sei sua idade, mas buscando seu nome na rede, encontrei vários comentários seus, em sites jornalísticos, em revistas de grande circulação. Parece ser bem adulto.
Não o conheço, não sei quem ele é.
Só sei que, enquanto ele assina seu nome completo em suas opiniões democráticas de forma pública, aqui, ele se escondia atrás de um nickname para ofender a mim, minha família, meus filhos.
Por quê?
Porque ele é assim. Porque seu DNA contém informações que o levam a fazer isso. Porque ele quis. Porque o blog tinha um sistema aberto de comentários que assim permitia que ele fizesse. Porque sim.
Mas porque a gente não pode fazer tudo na vida, a lei traz limitações.
E assim, contratei um escritório de advocacia, peritos, conseguimos quebrar o sigilo do provedor e agora, sei seu nome. Seu endereço. Seu telefone.
E agora?
Vou até lá tirar satisfações? Vou processá-lo para ressarcir-me dos meus gastos e dar uma lição neste senhor que acredita que pode anonimamente causar sofrimento a tanta gente que vinha aqui apenas buscar lazer e informação?
Procuro os outros também? Vou passar minha vida inteira perseguindo gente problemática que me elege como objeto de seu desejo/ódio/inveja/admiração?
Vou brigar com gente que um dia me ama e no outro me odeia? Vou impedir que sonhem comigo, que pensem em mim, que façam um altarzinho com minhas fotos?
Isso é vida? É prazer? É blog?
Não sei ainda.
Por enquanto, estou aqui, pensando, neste homem, neste senhor, que passou tanto tempo preso a mim, que lia meu blog diariamente, que deve estar lendo-o agora. Que talvez nem saiba que já sei quem ele é. Que talvez nem saiba porque me detesta em particular. Que talvez nem me deteste, que talvez me admire e me inveje às avessas. Que talvez quisesse ser eu, ter o que tenho, ser o que sou, fazer o que faço, vai saber.
Fato é que, tudo isso é muito pequeno diante do mundo e diante da vida.
Eu voto pela vida.
Eu voto pelo mundo.
Eu voto pelo blog.
Eu voto pela minha satisfação garantida. E meu dinheiro de volta.
Bom dia.
Não me pergunte por quê.

Por que o telefone sempre toca quando estamos no banheiro? Por que as americanas usam biquinis tão grandes? Por que as crianças entram na fase do por que? Por que?
A diferença entre por que, porque e por quê é fácil de entender. Difícil é resistir à tentação de querer entender o por quê de tudo, o tempo todo, para sempre.
Em muitos casos a compreensão destes por quês resultam em avanços científicos e tecnológicos, o que é muito bom. Mas, em geral, a ciência é feita mais de 'comos' do que de por quês. Os por quês são coisas da mente humana.
O caso mais clássico é o congestionamento, aquele que pára totalmente a rua, avenida ou estrada. A gente fica ali, parado e sofrendo, querendo saber por que parou, parou por quê??
Qual foi o maldito 'quê' que interrompeu nossos planos, nossa vida e nos fez parar assim?
Em geral, ligamos o rádio em busca de notícias, feitas pelos profissionais dos por quês, que explicam tudo para todo mundo.
O trânsito continua parado mas é totalmente diferente saber por quê você está ali.
A razão, o motivo, o por quê, dá uma perspectiva de futuro e assim, podemos tomar uma decisão. Parou porque tem um navio atravessado na pista e vai demorar dois anos para que ele seja retirado dali. Ah, bom, então, a gente larga o carro aqui e vai à pé pra casa. Parou porque tem dois cachorros trepando no meio da estrada e o povo parou pra ver. Já já eles desengatam e o trânsito flui normal. Certo, então, se é por isso, a gente vai até lá, dá uma espiadinha, volta, pega o carro e segue.
Há alguns dias, ou semanas, parei com o blog.
Por quê?
Por muitos motivos, mas, basicamente, por um só: o que sempre foi prazer, virou sofrimento. E se ninguém trabalha de graça para ficar sofrendo, imagine então pagar para ficar sofrendo.
O sofrimento é a dor teórica aplicada à prática. Acontece muito na ante-sala do dentista. Você sabe que a dor existe. Ela está lá. Mas é só quando chega a sua vez é que ela se materializa em sofrimento real.
Sempre usei o blog como espaço de expressão, divulgação, interação, diversão. A interatividade foi crescendo com a audiência até tomar corpo numa nova modalidade muito interessante: o ponto de encontro nos comentários dos posts, uma nova mídia dentro da mídia.
E, como toda mídia que ganha espaço, passa a ser disputada à tapa pelos sedentos de holofotes, passa a ser invadida anonimamente pelos que tem o prazer perverso de destruir, deixando pouco espaço para os que estão lá de forma legítima, ou seja, os que transformaram aquele espaço numa coisa boa.
Não me pergunte por quê, mas o mundo parece estar dividido em dois tipos de pessoas: as que sentem prazer e as que não permitem que as outras sintam.
As pessoas que sentem prazer, fazem. As que não sentem, destroem. As que sentem prazer, são felizes. As que não sentem, esforçam-se para impedir que alguém seja feliz na face da terra.
Essas criaturas são aquelas que, tendo desistido da felicidade por incapacidade ou falta de fé, dedicam toda sua existência e energia para garantir que ninguém mais seja feliz e tenha prazer na vida. São as guardiãs da infelicidade humana.
O mais louco é que essas pessoas são aqueles cidadãos insuspeitos que muitas vezes acreditamos como normais e temos até como modelo. É o pai de família bem sucedido, com linda mulher e filhos, mas que à noite, sai para catar travestis e ser penetrado pela ilusão, para exercer o que de fato é e não pode ser. É o empresário de nome pomposo que escreve lindos textos para jornais, sites e revistas e que escondido num nickname, solta a franga de macumba nos blogs, esculhambando tudo o que mais inveja. É a mulher recatada clássica, dos filmes e da literatura, que cuida do lar de dia e sai dando pra todo mundo à noite.
Por quês não resolvem. Você pode até entender por quê um padre é pedófilo mas isso não quer dizer que você vai aceitar o fato apenas porque compreendeu as razões. E nenhuma mãe vai mandar seu filho adolescente para um pediatra pedófilo depois de compreender que ele faz isso porque foi violentado quando era criança.
A gente entende por quê uma pessoa entra num blog com um pseudônimo para dizer o que não teria coragem de assinar com sua verdadeira identidade mas nem por isso vamos permitir que ela invada o espaço. Se fosse só uma questão de entender, você poderia pegar todos os moradores de rua e levar pra sua casa. Eles não têm casa, dê a sua. Eles não têm cama, deixe que durmam na sua. Pronto. Está resolvido? Não, não está.
Porque ninguém deixa a porta de casa aberta quando vai trabalhar. Ninguém vai para sua vida deixando para trás um caminho para ser invadido ou ofendido. E era o que eu estava vivendo. Todo dia, quando saía para minha vida, sabia que tinha deixado uma porta aberta. Uma entrada escancarada nos comentários, cada vez mais lidos, cada vez mais visitados, para todo tipo de maluco. Gente que entrava só para brigar com as outras pessoas, gente que entrava só para criar confusão, gente doida com vários nicks dialogando consigo mesma. Gente buscando apoio para suas opiniões, gente querendo atenção a qualquer preço, gente tentando se esconder para libertar seus demônios interiores.
E tudo isso, no meio de tanta gente decente querendo apenas, espaço e interação.
Por que fechei o blog? Porque não se dá facas para crianças. Porque não se dorme com as portas abertas. Porque quem ama cuida. Porque quem se respeita não permite a falta de respeito. E porque o tempo a tudo cura e a distância, organiza.
Depois de muitos dias sem entrar na Internet, longe de tudo, fica fácil avaliar a importância que as coisas de fato, têm.
Compreender não é saber o por quê, é situar-se diante dos fatos, mesmo sem modificá-los.
Provavelmente, vou resgatar meu prazer de escrever e continuar fazendo o blog, aos poucos, de outras formas. Mais lentas e suaves.
E, acredite, é melhor que eu me expresse escrevendo. Seria muito pior se eu resolvesse gravar um CD e fosse divulgar na mídia.Aí sim, ía ter gente me perseguindo, com razão.
Antes de mudar definitivamente de assunto, quero partilhar um aprendizado, ou melhor, uma confirmação, já que já haviam me contado isso. O anonimato na rede, é uma ilusão. Não existe.
Muitos dias depois, muitos reais depois, muito sofrimento depois, consegui saber os nomes, os endereços, os dados, das pessoas que, contadas nos dedos de uma mão, causaram esse sofrimento todo, pela intensidade de suas virulências. É um fato da epidemiologia. Os vírus são pequenos mas podem dizimar populações. Até serem controlados. E é por isso que precisa haver controle.
Pra ser mais precisa, na verdade, eu estava buscando apenas uma. E encontrei um clássico, pelo menos, baseado no que sei até agora.
É um nome pomposo, de homem, formado, com título de faculdade. Não sei sua idade, mas buscando seu nome na rede, encontrei vários comentários seus, em sites jornalísticos, em revistas de grande circulação. Parece ser bem adulto.
Não o conheço, não sei quem ele é.
Só sei que, enquanto ele assina seu nome completo em suas opiniões democráticas de forma pública, aqui, ele se escondia atrás de um nickname para ofender a mim, minha família, meus filhos.
Por quê?
Porque ele é assim. Porque seu DNA contém informações que o levam a fazer isso. Porque ele quis. Porque o blog tinha um sistema aberto de comentários que assim permitia que ele fizesse. Porque sim.
Mas porque a gente não pode fazer tudo na vida, a lei traz limitações.
E assim, contratei um escritório de advocacia, peritos, conseguimos quebrar o sigilo do provedor e agora, sei seu nome. Seu endereço. Seu telefone.
E agora?
Vou até lá tirar satisfações? Vou processá-lo para ressarcir-me dos meus gastos e dar uma lição neste senhor que acredita que pode anonimamente causar sofrimento a tanta gente que vinha aqui apenas buscar lazer e informação?
Procuro os outros também? Vou passar minha vida inteira perseguindo gente problemática que me elege como objeto de seu desejo/ódio/inveja/admiração?
Vou brigar com gente que um dia me ama e no outro me odeia? Vou impedir que sonhem comigo, que pensem em mim, que façam um altarzinho com minhas fotos?
Isso é vida? É prazer? É blog?
Não sei ainda.
Por enquanto, estou aqui, pensando, neste homem, neste senhor, que passou tanto tempo preso a mim, que lia meu blog diariamente, que deve estar lendo-o agora. Que talvez nem saiba que já sei quem ele é. Que talvez nem saiba porque me detesta em particular. Que talvez nem me deteste, que talvez me admire e me inveje às avessas. Que talvez quisesse ser eu, ter o que tenho, ser o que sou, fazer o que faço, vai saber.
Fato é que, tudo isso é muito pequeno diante do mundo e diante da vida.
Eu voto pela vida.
Eu voto pelo mundo.
Eu voto pelo blog.
Eu voto pela minha satisfação garantida. E meu dinheiro de volta.
Bom dia.
Não me pergunte por quê.
6/22/2003
Querido Leitor,
Nada na vida é para sempre. Nem a própria. Todo mundo sabe disso, mas ficou combinado que não tocaríamos no assunto para não atrapalhar nosso sonho coletivo de ser imortal.
Um belo dia, registrei o farofa, criei o site e fiz um canal chamado querido leitor. O site cresceu, floresceu e finalmente, morreu. De tudo ficou só o canal, exatamente como acontece com as obturações mal sucedidas. O canal querido leitor, como acotecia com os pókemons, evoluiu para um blog.
O blog, talvez por rimar com frog, acabou inchando como um sapo boi de conto de fadas, daqueles que tem até moral da história. E de tão grande e inchado, implodiu.
A lagoa, os sapinhos, as flores, os girinos, tudo, foi para os ares.
Temporariamente, porque tudo que sobe tem que descer, tenha guelras, patas ou tenha asas.
O querido leitor está prestes a voltar, mas não se sabe aonde, quando, como ou por quê. Ao que tudo inidca, o lugar seja este aqui mesmo, o quando seja agora e o por quê seja totalmente irrelevante.
Fato é que blogs vivos tem dessas coisas típicas dos seres animados. De vez em quando, desanimam. Depois, reanimam-se e voltam a respirar.
Para o futuro, contaremos com a inspiração.
Hoje, contamos só com a respiração.
Até amanhã.
Nada na vida é para sempre. Nem a própria. Todo mundo sabe disso, mas ficou combinado que não tocaríamos no assunto para não atrapalhar nosso sonho coletivo de ser imortal.
Um belo dia, registrei o farofa, criei o site e fiz um canal chamado querido leitor. O site cresceu, floresceu e finalmente, morreu. De tudo ficou só o canal, exatamente como acontece com as obturações mal sucedidas. O canal querido leitor, como acotecia com os pókemons, evoluiu para um blog.
O blog, talvez por rimar com frog, acabou inchando como um sapo boi de conto de fadas, daqueles que tem até moral da história. E de tão grande e inchado, implodiu.
A lagoa, os sapinhos, as flores, os girinos, tudo, foi para os ares.
Temporariamente, porque tudo que sobe tem que descer, tenha guelras, patas ou tenha asas.
O querido leitor está prestes a voltar, mas não se sabe aonde, quando, como ou por quê. Ao que tudo inidca, o lugar seja este aqui mesmo, o quando seja agora e o por quê seja totalmente irrelevante.
Fato é que blogs vivos tem dessas coisas típicas dos seres animados. De vez em quando, desanimam. Depois, reanimam-se e voltam a respirar.
Para o futuro, contaremos com a inspiração.
Hoje, contamos só com a respiração.
Até amanhã.