O Sempre e o Nunca
Sempre achei o sempre mais flexível. Quando eu digo que sempre escrevo no blog, todo mundo entende e concorda. Porque é verdade. Sempre não é o tempo todo, sem parar, ininterruptamente. É uma frequencia tida como alta o bastante para ser aceita como muito mais sim do que não.
Mas o nunca, sempre é diferente. O nunca é nunca, tem o peso do jamais. Quando eu digo que nunca tomei coca-cola, tenho que abrir ressalvas, dizer que já tomei vários goles e depois, encontrar uma categoria para o nunca ser verdadeiro, como 'nunca comprei uma garrafa ou lata de coca-cola', 'nunca tomei uma coca cola inteira'.
O nunca, por ser tão forte e poderoso, acaba sendo motivo de orgulho. "Nunca fumei!", "Nunca bebi!", "Nunca fui demitido!" e uma infinidade de outros.
Um dia, tive um insight sobre o poder do nunca com um garoto de 7 anos. Ele disse que nunca tinha faltado na escola. E tinha orgulho disso. Um dia, ficou doente e a mãe disse que ele ía ficar em casa. Ele chorou, implorou e pediu para ir para a escola mesmo assim com febre e tudo. A mãe ficou sensibilizada, acreditando que o filho fosse um ótimo aluno. E então ele respondeu, 'não, mãe, é que se eu faltar na escola hoje eu nunca mais vou poder que nunca faltei!'.
Por isso, sempre diga nunca e nunca diga sempre. Assim, o nunca perderá esse peso tão terrível e o sempre deixará de reinar soberano...
Filosofia de blog é sempre a lesma lerda... nunca funciona!
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