5/07/2003

Hoje
Acordei às 5:25, pulando da cama sem pensar duas vezes, no frio ou na saudades da coberta. Havia algo mais importante do que tudo a ser feito: o compromisso de levar minha filha para a escola, para viajar.
Acordei-a, vesti-a com roupas quentes e com um carinho que aquecia todo o ar gelado a nossa volta, nos preparamos para a partida.

Mala, mochila, água, remédio.

Lá fora, o dia ainda era noite, como se ao contrário dos meus outros dias, eu tivesse ido dormir ontem e acordado ontem mesmo. O sol, minha filha disse, preguiçoso, ainda nem tinha acordado.

Fomos as primeiras a chegar na escola, ainda fechada. E decidimos dar uma volta de carro. Ouvindo The Calling, ela decretou que esse seria o tema do dia. Na segunda volta, o ônibus havia chegado. Entre abraços e beijos, ficamos quentinhas abraçadas, apreciando o nosso afeto mútuo, de mãe e filha.

Outra mãe chegou, e outra e outra ainda. Descemos todas, coloquei a primeira mala no compartimento de bagagens. E, em poucos minutos, o ambiente já era aquele, das portas de escola, repleto de cuidados e sementes de saudades, promessas de cuidados e avisos, de planos para a volta.

As últimas fotos de saída e a certeza de que está tudo bem.
Com mais um beijo, tirei meu cachecol e deixei-o com ela, nesta manhã de frio.

Entrei no carro, ainda noite, e pensei em postar uma mensagem, esta aqui mesmo, tentando entender o significado de estar aqui, de escrever para você, ainda com uma dor no peito ao ver as fotos de ontem na máquina fotográfica digital, do prêmio que não veio.

E pensei que este blog, não é um diário, mas algo como um pequeno altar. Onde diariamente, voltamos, quase como num ritual, para agradecer a convivência, para celebrar a amizade, para reverenciar a esperança de compreensão e, sobretudo, para renovar, a fé no outro ser humano.

Um grande beijo. (vou voltar pra cama...)
Até mais tarde.

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