11/04/2002

Querido Leitor,

Hoje é um dia de dúvida, confusão mental, dia de não pensar ou decidir nada mesmo. Às vezes, a consciência atrapalha. E, respondendo ao Brett Penace, um blog é sim algo pessoal. Mesmo que eu só dê notícias, mesmo que eu só divulgue links, não há como suprimir a autoria. E eu não acho que pra fazer sucesso um blog tenha que ser impessoal. Pra mim, este blog faz sucessso o suficiente e é mais pessoal que minha escova de dentes.

No entanto, o blog tem algumas peculiaridades, como o fato de ser não ser um instrumento comercial. Nâo há dinheiro, não há interesses de grupos, não há chefe, não há nada. Se por um lado isso dá liberdade, por outro lado, é assustador porque você não tem a proteção de ninguém.

Aliás, tenho, a proteção de todos os queridos leitores.
Mas a pergunta que sempre volta é...por que fazer isso? Por que ter um blog? Ou melhor, pra quê? Vale a pena ter uma 'espaço' na web, que além de ser visitado por pessoas normais, também é visitado por loucos nocivos, por invejosos contumazes, por vampiros de energia? Vale a pena se expor sabendo que apesar das centenas de queridos amigos, sempre haverá um ou outro, sempre pronto para envenená-lo?
Não seria melhor simplesmente ficar quieta no meu canto, inatacável, ou guardar os milhões de caracteres produzidos para escrever, digamos, um livro?

Não sei responder a todas essas dúvidas. Só sei que o que faço sem pensar, sempre revela minha natureza. Minha natureza é esta, a de me comunicar diariamente e a de me expor em meus textos. Hoje, já tento me salvaguardar, mas mesmo assim, é difícil me policiar contra o mal.

Mas o mal existe. Assim como a tecnologia. E foi através dela que descobri que alguns nicks de pessoas que fazem comentários ácidos ou maldosos, são gerados, todos, do mesmo lugar. É o mesmo IP de país e empresa, mudando apenas a máquina. É a mesma pessoa em diferentes máquinas da mesma empresa, ou, duas pessoas que fazem este esporte, o de me visitar diariamente para exercitar a raiva, do mesmo lugar.

Confesso que poderia facilmente encontrá-la, já que o delegado especializado em Internet que entrevistei na 6a. feira está à disposição para este rastreio tão fácil. Mas...será que quero? Pra quê eu haveria de querer saber quem é ou quem são essas pessoas? Pra quem investigar inimigos, dando minha energia a eles? Pra que descobrir que pode ser alguém em algum lugar onde trabalho ou trabalhei, ex-colegas, ou mesmo, pessoas que conheço ou me conhecem e que preferem se esconder com anônimos?

Não os culpo, mas compreendo-os. Ou compreendo-as. Embora não seja nada agradável saber que este próprio post que fala delas, pode estar por elas, agora, sendo lido.

Aqui estou eu, exausta, sem saber o que fazer da vida, sem saber o que devo deixar de fazer. Se saio da AllTV, se saio da rádio, se saio da Synapsys, se fecho o blog, se paro tudo e tiro férias, se me aposento, se páro tudo e faço um livro. Se continuo tudo.

Só sei que vou empurrar com a barriga até onde eu conseguir, até o final do ano, fazendo o que eu puder, embora ciente de que estou muito, mas muito aquém do que sou capaz. Ou talvez eu simplesmente não consiga ser capaz de nada neste momento.

Só sei que estou aqui, com os IPs anotados, na dúvida, para saber se devo ou não continuar investigando, para saber quem é que vem sempre aqui, só pelo prazer mórbido de me fazer mal.

Só sei que estou aqui, dando graças a D'us, por saber que há tanta gente boa aqui, com tanta luz na alma para aliviar a dor da incerteza.

A solução mágica, não existe, eu sei. E nem tudo é questão de perseverança.
Mas sei que na hora exata, D'us vai me iluminar, pra que eu saiba o que devo continuar, o que devo abandonar.

Até amanhã.

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