10/01/2003

Bom dia de sol e lágrimas
Acordei, modo de dizer. Abri os olhos. O resto não respondia. Aos poucos fui fazendo a chamada e os presentes foram respondendo lentamente. "-Pernas!" (presente). -"Braços!" (presente)...
Finalmente lenvantei e fui ter aquele encontro saudável com o elemento água. Depois dois encontros que a cada dia ficam mais difíceis, piores do que entrevista pra emprego e exame pra vestibular, a dupla maldita espelho e balança.

O espelho a gente até encara de olhos semicerrados. A balança, a gente sobe com um pé só. E assim vamos não exatemente nos enganando mas nos aliviando do excesso de crueza da realidade.
Já com cabeça, tronco e membros acordados, fui tomar café.

À mesa, o pensamento já negociava com a gula, trocando um pãozinho por metade dele, um café preto e uma banana madura. A banana se explica, vou sair para caminhar (ou correr) e vou precisar do potássio.
Café servido, pão dobrado, peguei o Caderno2 do Estadão pra ler.
Fiquei entretida e maravilhada com a boa alma e o grande talento da Denise Fraga, que mora aqui perto de casa. Ontem mesmo passei em frente ao prédio dela e resisti à tentação de fotografá-lo, para manter sua vida privada assim, privada.
Moça bacana essa Denise.

Depois, passando pelo Quiroga (que me diz ser um momento de compartilhar), pelo Giobbi, pela meia-coluna de televisão, cheguei até a última página, a da crônica, hoje com Mário Prata.
Em dois parágrafos eu já estava chorando sobre a camisola.

Por isso, antes de colocar o link, já vou avisando. Denise disse que a arte é pra fazer a gente ter mais vontade de viver, de viver bem, de viver melhor.
Assim, não se deixe abater e não permita que o texto do Prata, reproduzido na web, recomendado num post, roube de você o ensinamento da Denise.

Porque todos nós, o Beto, o Fabinho (que você encontrará na crônica), Prata, Denise, eu, você, o jornal inteiro, o mundo inteiro, quer viver. Viver bem. Viver mais. Viver melhor.
Agora, respire fundo. Porque o texto fala exatamente de alguém que já não tem esse privilégio.
Hoje, é primeiro de outubro. Queria que fosse primeiro de abril, pro texto não ser verdade.
Vamos lá.

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