3/06/2004

Sobre meninos e lobos
Saí do cinema acabada. Chorei, fiquei revoltada. O filme é tenso o tempo todo, direção realmente incrível de Clint Eastwood. Sean Penn, como sempre, maravilhoso e Tim Robbins, surpreendente. Mas o roteirista é muito cruel. Não é só o fato de não ter happy end mas é muito cruel a idéia de que a vida das pessoas fiquem marcadas para sempre a partir de uma injustiça aleatória que aconteça na infância. Como se nada tivesse mais jeito, como se o destino já estivesse traçado porque assim foi. Então, assim será.
Eu sei, é um filme. Fico repetindo isso pra mim. Mas na vida real, acontece também. Pessoas que nunca superam seus traumas. Que convivem com eles para sempre. É muito cruel.

E pra piorar, assim que saí do cinema, vi minha filha e sua amiguinha sendo barradas na entrada por uma funcionária estúpida. O filme é livre, elas foram levadas por um adulto, combinamos de encontrá-las lá. As duas estavam apavoradas, cheias de pipoca, refrigerante, pão de queijo, morrendo de medo da funcionária.E já com os ingressos comprados. Quando vi aquilo, voei como uma louca para denfendê-las. Eu disse que o filme era livre. E a moça, ao perceber que tinha cometido um engano, falou:

-"É, mas se fosse censura para 12 anos, elas não poderiam entrar sem os pais".

Se fosse? Mas eu escolhi este filme porque não era probibido, porque era livre! A moça começou a argumentar, fiz um escândalo e mandei chamar o gerente, que felizmente, resolveu tudo. Mas a funcionária era muito cruel. Mesmo que ela tivesse razão, mesmo que fosse um filme proibido para 12 anos (e não era!), mesmo assim, não se constrange duas meninas de dez anos de idade na porta do cinema desse jeito, amedrontando-as. No mínimo, ela teria que ajudá-las, pedir um telefone, ligar para os pais. Moça cruel. Não serve para lidar com o público.

Estou tentando me acalmar. Ufa.

Nenhum comentário: