3/06/2004

versos
não temo o inimigo declarado porque se declarado é, no claro, está.
nem temo o adversário eventual, porque esse mais estimula que estremece.
o amigo que trai, que muda de lado, também não me faz tremer, porque esse, a gente perde de uma só vez,
por todas.
o que abala é o anônimo à espreita, o que odeia em silêncio, movido pela paixão diária do ódio.
é o desafeto desconhecido que celebra nossa dor, que se fortalece do nosso abatimento, mas que não nos abandona nem por um momento.
é o vírus primário, mutante, constante, que se instala nos nossos domínios.
e lá fica, de tocaia.
esperando uma brecha para que de lá, saia.

PRODUZA ANTICORPOS CONTRA O VÍRUS DA INVEJA, SENDO ABSURDAMENTE, FELIZ.



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