12/20/2002

Eu sonho com um mundo...
Onde a vida seja maior que a mídia, onde a televisão seja apenas o que é, um meio, de comunicação.
E toda vez eu vejo gente enganando gente, eu sinto vontade de voltar, para o escuro do útero materno, onde apesar da plenitude da minha inexistência oficial não me obrigava a viver o que vivo aqui fora, o isolamento lúcido.
Às vezes, não entendo porque tanta gente mente sabendo que é tudo mentira e tanta gente acredita, sabendo que nada é verdade.
Talvez, milhões de pessoas tenham combinado uma farsa, um jogo, um brincadeira e pactuaram um imenso faz de conta em rede nacional, transmitido simultaneamente em todos os canais, um mundo de ficção como se fosse real. Eu devo ter faltado nesse dia.
Quando todo mundo decidiu que a felicidade é um comercial de margarina.

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