Saudades
Nos anos 60 tinha um hit americano, cuja letra dizia..."Oh, last night...I didn't get to sleep at all..no..no...". Essa foi minha noite. Uma coisa ridícula, era como se eu tivesse... esquecido por onde começar a dormir. Era essa a sensação: estou com sono, quero dormir, mas...por onde eu começo?
Não eram pensamentos claros e vigorosos que varriam minha cabeça, não. Eram arquivos soltos, imagens, confusões. De repente, meu cérebro estava cantarolando ! Qualquer música nada a ver. Um loucura.
Aí eu entendi. É saudade. Muita falta dos meus filhos.
A gente leva 9 meses para ter um bebê, para que o corpo acostume. A gente espera 18, 20 anos para que os filhos cresçam e saiam de casa, para que a alma se acostume. Se é que ela se acostuma algum dia.
A saudade da presença, da imagem, da voz, tudo, me encolhia o corpo, me apertava o peito.
Saudade de filho dá dor no sangue.
É uma dor liquida, que flui por todas as veias, que circula em todos os cantos.
Amanhã à noite, eles voltam.
Sei que estão se divertindo, que precisam vivenciar a distância.
Vou continuar fazendo tudo o que tenho pra fazer. Vou tentar não ficar olhando a foto de quando os dois eram pequenos, tão linda, feitos da mesma carne, abraçados e colados cheek-to-cheek numa continuação de pele separada em anos. Faz tanto tempo...cresceram tanto....
Amo tanto meus filhos.
Tanto.
Que nem sei.
Mais.
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