Demorou
E o prêmio vai para....Marcela. Eu estava esperando pra ver quem seria o primeiro queridoleitor a me cobrar.
Eu já estou acostumada, são vinte anos.Até um bode aprende em 20 anos. Eu,que sou só uma zebra, aprendi também.
Por isso, me preparo. Marcela usa o verbo 'render-se', para dizer que eu me rendi ao prêmio Ibest, porque coloquei o selo e sou finalista e anteriormente, fiz críticas ao sistema de seleção neste mesmo espaço.
E continuo fazendo as mesmas críticas. Ainda esta semana, comentei com o Emilio Surita sobre as dúvidas que sempre pairaram e ainda pairam sobre este e outros prêmios. Sempre, sempre achei que todo prêmio tem critérios discutíveis. Se o Oscar é discutível, imagine o Oscar da Internet brasileira.
Já fui jurada várias vezes do Ibest, esta não é a primeira. Gosto, respeito e admiro muita gente que está lá. Sou jurada de muitos prêmios, como um prêmio cultural do estadão, por exemplo. Por alguma razão os organizadores me convidam e eu, aceito. Gosto de julgar porque sou crítica. Sou também carente e vaidosa intelectualmente, por isso fico feliz que os organizadores gostem e lembrem de mim. Nesse aspecto, Marcela, rendo-me ao fato de que, sim, tenho uma profunda necessidade de ser amada e querida. Não faço terapia e acabo resolvendo tudo no blog. Isso porque o melhor terapeuta do mundo, não pode me atender, por uma questão ética...
Voltemos ao Ibest. Quando inscrevi o www.farofa.com.br , um site que criei e administrei durante alguns anos, fiquei muito decepcionada. Eu estava nos top10 e, subitamente, não estava nos top5 do juri popular. E o farofa, era muito popular. Mais tarde, me disseram que eu não entrei porque, provavelmente, não paguei alguma coisa. Não sei.
Eu demorei pra saber, mas existem, sim, muitos premios pagos. Existem os pagos e existem também os comprados.
Os pagos são aqueles em que voce paga para participar, para se inscrever. Quase todos os premios da publicidade nacional e internacional são pagos, inclusive, Cannes. Não pagou a inscrição, não entra e pronto.
Há premios que são comprados nem todos com dinheiro, mas com lobbies, favores e etc. Não sei quais são, nem teria como provar já que todos os que mantêm esses prêmios fazem a coisa de forma a não deixar provas.
Isso só acontece quando o prêmio tem uma importancia como resultado. Por exemplo, para um profissional que aumenta seu valor de mercado atraves de premios.
Não é o caso do Ibest. Ninguém ganha mais dinheiro com um site porque ele foi premiado com o Ibest.
Ainda mais um blog, que nem comercial é. Ganha prestígio. mas até hoje, meu prestigio sozinho nunca foi aceito por nenhuma concessionária que me cobra as contas no fim do mes. Eu já conheci pessoalmente o criador do premio Ibest, o Marcos, há anos, numa reunião de trabalho. E logo reclamei do sistema porque fui top 10 e não fui top5, o que me pareceu, marmelada.Em anos seguintes, fui jurada e etc. Nunca mais inscrevi nada.
Até que, este ano, surgiu a categoria blog. Mexeu comigo. Eu sou blogueira desde o começo. Eu amo o blog, eu divulgo o sistema, eu mantenho alguns, eu insisto pra que todo mundo tenha. Eu faço parte do mundo dos blogs, é um fato. Quando muitos anos se passarem, será, inclusive, um fato histórico.
Eu tenho orgulho deste blog. Ele tem uma farta comunidade, ele entra em várias listas de blogs citados ou recomendados e foi top 10 do ibest. Agora, é top3 pela academia. E descobri também, que há um prêmio, em dinheiro, que cairia como uma luva divina de justiça para que eu pudesse pagar todas as despesas que já tive e ainda tenho por causa da Internet. É um meio onde não se ganha nada, mas pode-se gastar muito.
Sou jurada, sim, mas eu não voto na minha própria categoria, blog. Eu votei em todas as outras, menos nesta, evidentemente. Aliás, eu nem estava torcendo por mim. Torci pelo Nelito, meu amigo, dono do EuHein. Agora, que ele está no top3 do juri popular e eu não, eu torço pra que ele ganhe um e eu o outro. A gente combinou de se encontrar na festa.
Agora, alguém levantar suspeitas de que eu teria beneficiado a mim mesma votando em mim é,muito mais do que uma ofensa, um grave erro de cálculo. É só ver o tamanho da lista de jurados. Veja a diferença que um voto faz. É também um erro de informação, porque como a votação é auditada pela Price Waterhouse, você recebe um login e senha e automaticamente, sua categoria, caso você participe como concorrente, nem aparece na página de votação.
Pelo tamanho do post, dá pra ver que essa questão do Ibest é uma coisa mal resolvida também pra mim. Mas é muito mais mal resolvida pra quem vem me cobrar por isso. Porque se a pessoa se dá ao trabalho de duvidar ou questionar alguma coisa em relação à minha opinião ou participação quanto ao prêmio, é porque a pessoa dá muito valor a ele.
Eu acho bacana, divertido e tenho vontade de subir no palco pra agradecer aos queridos leitores. Tomar um champagne na noite da festa, aceitar o cheque com prazer e depois, esquecer. È só um prêmio. Nâo vai mudar minha vida, não vai me fazer melhor nem pior. É uma curtição, apenas. É como saltar de pára-quedas, com a diferença de que pagando você pode saltar de onde quiser e pra ganhar um prêmio, você tem que preencher alguns quesitos anteriores.
Há blogs maravilhosos como o da Cora Rónai, que não estão na lista, assim como o Spielberg passou anos sem ser indicado ao Oscar, isso com records de bilheteria como E.T. Mas há filmes lindos que ganham a estatueta da academia assim como o maravilhoso blog do Nelito está indicado como finalista em ambas as categorias.
Se eu quero ganhar o Ibest? Quero, sim. Assim como eu já quis ganhar o Nobel quando estudava Física Nuclear na USP, assim como gostaria de ganhar o Pulitzer como escritora (o Jabuti também serve), etc. Nunca me inscrevi em nenhum deles porque nunca acreditei em mim o bastante.
Desta vez, me inscrevi.Não porque acredito em mim. Mas porque acredito nos queridos leitores e no blog que fazemos juntos.
Se você se sente parte do blog, da comunidade blogueira, da web, do mundo das pessoas felizes, bem vinda Marcela.
Se você faz parte das pessoas que sofrem com a vitória alheia, seja bem vinda também.
Incontáveis vezes eu morri de inveja e tratei mal muita gente que não havia me feito mal algum, a não ser porque em um determinado momento da vida eu queria estar onde ela estava, ter o que ela tinha ou pra me livrar do incômodo sentimento de comparar-me a ela e sentir-me menor.
Como você vê, eu sou mesmo carente. Com tanta gente que gosta de mim, infantil e megalomaniacamente eu queria que você também gostasse. Esse, sim, seria um prêmio valioso. E merecido.
:-)
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