Tá na Hora, Tá na Hora
Tenho saudades do programa Via Satélite que eu apresentava na Rede Mulher, quando fui convidada para trabalhar lá como diretora artística pelo então filho do dono, Robertinho Montoro. (ele continua filho, mas o pai não é mais o dono)
A gente tinha liberdade de expressão total e, como ninguém assinava o Ibope, não havia a obrigação de dar audiência.
Assim, criamos o primeiro chat show da tv brasileira, fazíamos a brincadeira das canecas, conectávamos na Internet ao vivo com laptop, quando a Web ainda era privilégio de poucos. (ainda é privilégio, mas de muitos)
Talvez numa fase de inverno, portanto mais saudosista, a lembrança do programa tenha me ocorrido duas vezes hoje. mas a senilidade precoce já me fez esquecer o motivo da primeira lembrança.
Agora, vendo esta ampulheta, lembrei de todas as que eu usava durante o programa, medindo1, 5 e 10 minutos.
Era uma forma 'visual' de ter controle sobre o tempo que ainda nos restava. Os convidados, vendo a areia acabar, também dividiam mais democraticamente o tempo restante entre todos.
A idéia de um programa sem tema, de uma bancada que não estava ali debatendo mas conversando era deliciosa para mim.
Eu, fazia lá o que faço oficialmente hoje na agência: sinapses.Estava lá para dar liga entre os assuntos.
Como diretora artística da emissora, promovi a então leitora de receitas Cátia Fonseca a apresentadora do programa mais importante da casa, o Universo Feminino, contratei Roberto Ravioli para apresentar programas de gastronomia, formatei com Luiz Cintra o cozinha e cultura, que trazia pela primeira vez um programa de alta-culinária em horário nobre. Fizemos muito coisa boa e também
tiramos muita coisa ruim do ar.
Mas tudo isso são...areias passadas.
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