6/27/2003

Bleargh

Não posso nem ver comida. Nem notícia. Nem luz. Nem nada. Acho que vou teclar de olhos fechados, já que desde os anos 70 eu datilografo sem olhar pro teclado.
Depois da tempestade vem a bonança e depois do trabalho vem o cansaço. Depois da noitada vem o revertério, depois da bebedeira vem a ressaca e
depois de não sei o quê vem este enjôo horroroso que está me roubando a capacidade de existir em pé.
Não bebi, não comi nada em especial, não sei qual foi o antes que me deixou neste péssimo depois.
Só tenho um suspeito, um sanduba de padoca que comi ontem no almoço. Parecia inofensivo, mas vai saber, a cara da mocinha que trouxe o rango não
era das mais bem intencionadas.
Estou péssima, péssima.
Parece que tenho uma botina no estômago e um funil no esôfago. Uma cobra enrolada nas vísceras, um porco-espinho na garganta.

Bleargh.
Hoje, estou na fase antiga do Léo Jaime, que um dia pensou, a vida não presta.
A vida presta.
Eu, presto.
E um estômago novo, me empresta?

Nenhum comentário: