6/27/2003

Hoje
A capa do UOL fica muito parecida com o jornal de papel, às vezes, porque troca muito pouco as manchetes. Rearranja algumas de baixo pra cima, do lado pra baixo, mas no fundo, é tudo a mesma coisa.
O vício em notícias ficou tamanho que, nem as mais recentes novidades parecem novas. Tudo velho.
Lançamento do novo filme do Hulk? É novo, mas é velho. Eu vi muito o outro Hulk verde, que parece uma ervilha perto na figura de 6 metros de altura do novo Hulk, uma melancia histérica.
Manchetes sobre o Lula? OK, agora ele é situação, presidente, mas não é de hoje que eu leio críticas ao Lula nos jornais. Tudo velho.
Mulheres gostosas, piadas de macaco, aumento de preço? De outros carnavais.
Sem contar as brigas de audiência, as brigas entre apresentadores, as acusações mútuas e a guerra entre Globo e SBT, agora pelos direitos de uso do Reality Show. Big Big Shit, grande coisa. Na Inglaterra o povo acordou e não liga mais isso. Cairam na Reality e se encheram do show.

Infelizmente, a única e trágica notícia que parece nova, que nos abala de uma forma como jamais d'antes vista, é a morte do jovem jogador da seleção de Camarões. A primeira suspeita é a de que tenha sido um aneurisma cerebral. Mas foi muito chocante, ver aquele rapaz, respirando com dificuldade, na maca, diante de uma câmera que, quase, flagrou sua morte. Vendo aquela cena, a gente torcia para que ele não parasse de respirar.
Mas ele não conseguiu. E parou.

A notícia de sua morte foi seguida do resultado do jogo e da dúvida sobre a continuidade da copa.
A vida segue. Com suas boas e velhas notícias, com suas novas e más notícias, sem notícias.

No meu pequeno mundo, continuo com as mesmas dificuldades.
E, também pra mim, a única novidade do momento é um enjôo secular, antológico, mesozóico, atávico.
Que, se Deus quiser, como as notícias, vai passar.


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