Aconteceu, virou blog
Até as pessoas mais resistentes estão aderindo aos blogs. Deve ter sido assim na época em que Henry Ford começou a produzir os automóveis. Muita gente achava que era uma máquina do inferno e jurou que não ía ter um. É uma máquina do inferno, de fato. Mas todo mundo acaba tendo ou usando um.
A diferença é que ninguém dá carro grátis e nem compra carro pra jogar fora. Blog, a gente faz um monte. Uns a gente usa, outros a gente esquece que fez, perde a senha, deleta.
Tem sempre um blog que é o queridinho. Mas quem abre uma conta, abre várias. Quem registra um nome, registra um monte.
E a cada novo fato, um novo blog.
Porque todo mundo quer ser primeiro em alguma coisa. Todo mundo que se projetar em algum setor. Todo mundo quer fazer sucesso. Todo mundo quer validar a existência.
Ontem, no trânsito, um ônibus em treinamento estava travando toda a pauta, digo, o trânsito. Buzinei para ver se ele era movido a áudio. Ás vezes os decibéis empurram o veículo pra frente. Sabe, buzinada é onda sonora.
Um cara que eu nem tinha visto começou a reclamar comigo, pensando que a buzinada era pra ele. No semáforo fechado, enquanto ele fazia gestos pra mim, abri a janela (não deveria...) e expliquei que não era pra ele, que eu nem havia visto ele no trânsito.
O cara ficou acabado. E gritava: -"quer dizer que eu sou invisível??"
Nossa, acho que sem querer acabei com o dia do Gasparzinho.
mas é isso.
queremos ser visíveis. queremos, visibilidade.
só este fato explica, por exemplo, alguns estandes no maximídia. são pessoas e empresas que sabem que visibilidade é o primeiro passo. só isto explica porque tanta gente se inscreve nos reality shows, tira foto com artistas pra provar que esteve perto, deseja sair na Caras, faz placas pra mostrar nos jogos cobertos pelo galvão bueno. o desejo de estar na mídia é o desejo de ser visto.
se a gente não perceber a existência, nem uma buzinada a pessoa receberá da gente.
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