Chuva, China e Repolho

Chove em São Paulo e é chuva de vento. Não tão absurda quanto a chuva de vento que peguei na sexta-feira, violenta e horizontal, daquelas que molham da bolsa à sandália. Estava planejando ir à pé até o cabeleireiro, porém, acho que para o bem do esmalte e da tinta do cabelo, vou de carro. Toda mulher normal sabe que sair do salão e andar na chuva não é exatamente um bom investimento.

Marquei hora no salão no caminho para a FAAP, onde fui ver, novamente, a exposição Tesouros da China. Desta vez, fomos levar a Anita, nossa filha de 8 anos, que erroneamente tratamos como se tivesse 12. Não tem, é uma criança. Fica cansada, quer ir pra casa, tem dor aqui e ali, fica com fome, sede e vontade de ir ao banheiro. A exposição é bacana, como já disse antes. Mas dois erros me chamaram a atenção. Um, no folheto.

O nome de um pintor que gostei está grafado como "Chen Wembo", quando seu nome, como está ao lado de seus quadros, é Wenbo, com N. Faz diferença, sim, ainda mais na China com tanta gente. E parecida.

A segunda coisa foi uma foto em preto e branco, da revolução de Mao Tse Tung, num festival dedicado à agricultura. O texto falava sobre uma homenagem ao repolho, muito consumido na China, mas pra mim, era uma acelga gigante. Cismei que o texto estava errado, que não correspondia à foto. E, eis que entrando na net, descubro que repolho chinês é o mesmo que acelga japonesa! Como assim??? Assim, é isso mesmo. Na exposição, o texto dizia apenas repolho, porque, evidentemente, não era necessário dizer que o repolho era chinês...

E, claro, para quem quiser se aprofundar no assunto repolho, achei um link ótimo, com fotos lindas. O repolho roxo é simplesmente uma tetéia.

Sei que isso não vai mudar minha vida mas vai mudar minha atitude diante dos erros, enganos e falhas, meus e dos outros. Achar o erro alheio é sempre mais fácil assim como criticar é mais fácil do que ouvir uma crítica. E aqui vai minha interpretação de 'errar é humano'. Não é só o fato de que somos humanos e portanto, erramos, mas é o fato de descobrirmos que erramos sempre, como todo mundo, que nos mantém 'humanos'!

Assim, alguém errou uma letra no folheto. Devemos avisar e corrigir o erro, para que o pintor não fique chateado. Errei ao achar que confundiram acelga com repolho, quand são apenas dois nomes para o mesmo vegetal. Errei eu ao decidir ir à pé e me vestir com saia curta, sandália e blusinha de alça com essa chuva fria caindo.

Agora é pegar o guarda-chuva, ir de carro e na volta, passar no supermercado e comprar umas bandejas de yakissoba pra fazer em casa.