12/03/2002

Depois eu publico a imagem que o marcos pessoa mandou
por enquanto, cut and paste, recorte e cole, no email dele.
sou fã do prof. mario sérgio costella.
Lá vai o email:


segue trecho de artigo assinado pelo filósofo Mário Sérgio Cortella, professor da PUC-SP, publicado pela Folha de SP (28/11/02), esclarecendo conceitos sobre radicalidade e sectarismo

Há dezenas de mitos, fábulas e histórias com a finalidade de exaltar a exclusividade e preferência do caminho do meio; o que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da mediocridade. Em nome da sobriedade, da prudência e do comedimento, o máximo que se obtém em muitas situações é a mornidão mediana, regrada e constantemente refreada.

Para não ser morno, é preciso ser radical. Cuidado! Em nosso vocabulário usual, é feita uma oportunista confusão entre radical e sectário. Radical é aquele, como lembra a origem etimológica, que se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas; radical é alguém que procura solidez nas posturas e decisões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres. Por sua vez, o sectário é o que é parcial, intransigente, faccioso, ou seja, aquele que não é capaz de romper com seus próprios contornos e dirigir o olhar para outras possibilidades.

É preciso ter limites, mas estará o limite exatamente no meio? Não é necessário ir até os extremos, mas é essencial não ficar restrito ao confortável e letárgico centro. Muitas vezes o meio pode ficar anódino, inodoro, insípido e incolor.

Radicalidade é uma virtude; o vício está na superficialidade.

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