12/04/2002

O dono do texto e o texto do dono.
Sim, o título é uma paródia de uma canção do genial Chico Buarque, o dono da voz e a voz do dono. E que eu saiba, é uma referência à gravadora RCA, que tinha como símbolo, um cachorro olhando para um gramofone, reconhecendo na gravação a voz do seu dono. Acho que é uma crítica a todos os que, ao invés de buscarem sua liberdade, de serem 'donos da sua voz', acabam sendo meros funcionários que, como cachorros treinados, obedecem sempre à voz do dono. Em alguns casos, isso é percebido publicamente, especialmente quando os porta-vozes são puxa-sacos dos donos. Mas nada disso é novidade.

A novidade é que acabei de fazer a coisa certa da forma errada e aprendi uma lição.

Um querido amigo mandou um texto bacana, sem crédito para uma lista que me incluia. Eu, dei bronca, e escrevi que não se mandam texto sem crédito para o autor, sem mencionar que, no caso, o autor era o Arnaldo Jabor. Escrevi em tom austero e professoral, mostrando como se faz para encontrar o autor de textos enviados de forma apócrifa (é isso mesmo??) , mandei links e etc. Um pé no saco, eu.

E aí, da outra máquina, veio o justo comentáro: "Pô, Rô, que puta bronca, hein!!"

Já viu. Magoeei meu amigo de besta que sou.
Fiz tudo errado.
Eu deveria ter, simplesmente, feito a pesquisa que fiz e, uma vez de posse da informação de que tratava-se de um texto do Jabor, ter respondido:

-"obrigada! Adorei o texto. O Arnaldo Jabor, como sempre, é genial em tudo o que escreve."

E pronto. Mas não, eu tinha que ser metida a besta.
Bem feito, agora estou aqui com cara de cúdepombadeparque.

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