12/02/2002

Al-moço
Por mais vulgar que seja o latim que originou a palavra almoço, através de 'admordium', ou seja, moder de leve, esta é a refeição mais importante do dia, quando temos ainda muito a fazer e precisamos da energia calórica que o almoço oferece.
É pena que, tantas vezes, a vida de trabalho nos obrigue a comer mal em forma em conteúdo. Ou porque comemos em pé, mal sentados, apressados, sobre o teclado e cilcando o mouse, ou porque comemos coisas erradas e mal combinadas Sem contar as vezes em que me peguei comendo uma barra de cereal ao mesmo tempo que dirigia, comprometendo não apenas a minha existencia fisiológica como também a integridade dos outros motoristas no trânsito, um absurdo. Nunca mais vou comer comida de farmácia ao volante, é realmente, o fim da picada.

O segundo problema de comer fora diariamente é o custo. Como é horrível gastar dinheiro para comer. Quando a empresa tem ticket refeição ou vale-gororoba, a sensação é menos ruim. Mas mesmo assim, não é boa também.

O ideal é a levar a marmita, aquela que vem da nossa casa, com o controle de qualidade da mãe, do pai, da gente. A rigor a gente deveria sempre saber a procedência da comida que ingerimos. Não é preciso chegar o requinte de conhecer o verdureiro pelo nome saber o CNPJ da empresa que produz a carne, mas se a gente faz tanta questão em saber a fonte das notícias, por que não buscamos a fonte do que botamos pra dentro do nosso corpo?

Este solene discurso sobre o almoço só está acontecendo porque hoje eu trouxe minha marmita. Pequena, mas saudável e honesta. Um tupperware quadradinho com alguns bifinhos, abobrinha em rodelas e brócolis cozido e outra menor ainda, com salada de alface e pepino. Taquei um daqueles sachês de mostarda que sempre moram na nossa geladeira e mandei ver a comida aquecida no microondas. Claro, arrumei tudo num lindo prato, com critério decorativo. Os brócolis compunhas as árvores da paisagem. Os bifes eram as montanhas. As abobrinhas ficaram sobre um bercinho de alface compondo o gramado e o jardim. E, com muita água na boca devorei toda a paisagem. Sozinha, na pequena cozinha da empresa, sobre um banquinho de madeira e o prato apoiado na pia, com vista para a cafeteira.

Encerrei tudo com um café amargo e fui escovar os dentes com alegria e presteza. Fio dental, pasta, muito bochecho com listerine.
Se a gente vivesse todos os momentos da vida com atenção, seríamos mais felizes.

É preciso estar atento. E forte.
Por isso, faça da sua hora de almoço um momento de amor próprio.
E bom apetite.





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