11/02/2003

MICO DO ANO!

O fim do ano está chegando e todo mundo já começa a preparar a retrospectiva de 2003. Eu não vou ter tempo de rever todos os arquivos por isso vou fazer só uma prévia de cabeça. Eu sei que esse ano teve momentos inesquecíveis pra mim e pra esse blog.

O primeiro momento inesquecível foi, meu aniversário, celebrado por queridos leitores e leitoras com um birthday-blog. Além de todos os mimos e presentes, este blog foi inesperadamente emocionante. Vivi outras dúzias de dias incríveis e deliciosos e três momentos de decepção, o Ibest, a crise de junho de 2003 e o mico do ano.

O Ibest foi uma decepção porque além de ser top3, eu achei que o Querido Leitor seria vencedor em um das duas categorias de blog. o EuHein! levou ambas. Na época, tive vontade de fazer um comentário típico de perdedor, mas fiquei na minha. Agora me deu vontade de dizer de novo: um dos dois prêmios da categoria Blog do IBest, que pela primeira vez abriu para blogs, deveria ter sido dada a um blog, qualquer um, mas que representasse o mundo dos blogs. Eu achei que o EuHein era um tipo específico de blog, que faz humor de paródia, mas blog também é diário, comentário, crônica, desabafo, relacionamento, recomendação de links, revista, almanaque e nesse caso, acho que muitos outros blogs representam mais este universo do que o premiado. Blog não tem canal, não tem diretórios internos, não é site. É blog. Mas não adianta chorar sobre leite derramado nem sobre o colega premiado. Já foi. Mas fiquei decepcionada, sim, porque incrédula que sou cheguei a acreditar que eu ía subir ao palco e dedicar o prêmio aos queridos leitores. Não deu. Veio depois, um troféuzinho pelo correio que ficou lá onde chegou, na Synapsys.

Depois eu tive a crise de junho. Fechei o blog durante uma semana e fui viajar com a família. Há malas que vão pra Belém. As minhas foram para a Península Ibérica. Valeu pelo passeio. Não fosse a proporção mastodôntica da injustiça e da encheção de saco, eu não teria ido tão longe.

Finalmente, participei ativamente do grande mico do ano: os Flash Mobs. Achei divertido, participei do grupo do Yahoo que ía organizar o primeiro, quando dissidentes com aglutinação precoce resolveram fazer antes do antes. Fizeram. E depois, fizemos nós. Ambas bastante micadas. Ficou provado que, como diz o marketing, o que conta não é o fato mas a percepção do fato. Quem foi pessoalmente viu que tinha pouca gente mas fez muito barulho na imprensa. Não pense que na TV é diferente. Muita manifestação micada, bem enquadrada e com todo mundo apertadinho gritando se transforma na notícia de uma multidão.

Mas a maldição no nome Flash comprovou-se na prática. Não teve uma terceira ou, se teve, a mídia não cobriu. Aliás, teve, e o mentor me mandou um email dizendo que foi um fiasco. Não colou. Nem na internet. Até a flash-blog do Matusalém Matusca só teve duas edições. Ou três, não sei. Mas não foi pra frente. De Flash, só os flash-micos. Não adianta reclamar. O jeito é um mico sentar pertinho do outro e ajudar a catar os piolhos.

Dos micos, dos presentes, dos problemas jurídicos, das agressões, das lições, das amizades, das dores e delícias, aprendi muitas coisas. É preciso ser verdadeiro mas sem cometer sincericídios. Os elogios extremos e as ofensas, são dois lados da mesma moeda, nenhum é totalmente verdadeiro, portanto, não devem ser levados à sério. Blog é vício, sim, é a materialização da necessidade e da vaidade humana de partilhar suas inquietações, divulgar seus feitos, buscar relações com outros seres humanos. Também aprendi que os piores loucos, os mais perigosos, são os que acham que não precisam de tratamento. E que todo mundo tem um pé na lama, todo mundo tem um lado ruim, agressivo, semente que brota no fértil solo do anonimato da web. E todo mundo tem um lado bom, que espero, seja o lado que prevalece.

O ano já está começando a acabar, já tem papai noel em comerciais de TV e todo mundo vai olhar pra trás na hora da despedida. Depois, vamos esquecer tudo e encarar 2004 com esperança.

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