Falta pouco
Toda notícia influencia.
Se a gente lê sobre uma nova modalidade de assalto, pronto. O medo toma conta. A gente já arruma a bolsa pensando no ladrão, monitora o trânsito pelo retrovisor e olha feio até para o deficiente que vende mentex.
Doença nova então, é batata. Se for comportamental a paranóia vem de brinde.
Hoje, deixei-me influenciar de forma positiva pela coluna da Mônica Bergamo, na Ilustrada, Folha de São Paulo.
Ainda culpada pelo vergão da calça justa onde já não há mais lugar para minha atual e gorda pessoa, acordei pensando em, de fato, encarar a dieta com seriedade profissional. Enquando escolhia o mais mínimo pedaço de pão para comer com um inocente queijo, acompanhado de um café preto espartano, li que a dieta do Lula e sua mulher Marisa, elaborada pelo Incor, ficou pronta.
Ele não come mais rabada, ela, não come mais gema de ovo. E eu que não como rabada com polenta nunca faço como? Começo pra depois parar?
Sempre achei que quem come muita porcaria consegue emagrecer mais, porque tem o que cortar. O problema do gordo que não emagrece é o meu, aquele que já acha que come pouco.
Mas valeu, mesmo assim, porque enquanto eu negociava com minha mente a adesão à um segundo pedaço para completar a fome, decidi seguir o conselho da minha amiga La Japa: levantar da mesa sempre com um pouco de fome.
E assim, com um buraco no desejo, saí da mesa e corri pra cá, o último reduto de minha voz. Um lugar que ocupo de forma não remunerada, que me oferece (como tudo na vida) prazer e risco, mas que tem a sublime vantagem de fazer com que eu possa, with a little help from my friends, encarar a vida.
E, quem sabe, do alto da pirâmide de quem tem acesso à web, tem casa, comida e roupa lavada, família saudável e nada para reclamar, buscar a felicidade do equilíbrio saudável de quem tem o privilégio de estar em paz com seu corpo e sua alma.
Por enquanto, minha alma está ansiosa e minhas roupas, apertadas.
O alento vem do calendário. Falta pouco pra acabar 2002.
Agora, é empurrar a fé para o ano que vai começar, novinho em folhas.
Um ano de muito ouvir e pouco falar, de muita consciência e aprimoramento técnico.
Um ano de prestação de serviços e de contas para o mundo.
Com muito equilíbrio.
Espero.
Vamos ao trabalho.
Senão, já jávai ter rabada. Com polenta.
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