Kevin Mitnick
(fonte> The Guardian )

Em 1994, um cara de 29 anos foi tentar uma vaga num escritório de advocacia como assistente administrativo. Seu nome era Eric Weiss. O cara era articulado parecia honesto. O que ninguém sabia é que Eric Weiss era, na verdade, Kevin Mitnick, o mais procurado hacker da história dos estados unidos, tão temido que acreditava-se que ele podia lançar mísseis intercontinentais assoviando ao telefone.

Lendas como essa foram construídas em torno de Mitnick, que desapareceu em 1992, depois de violar sua condicional, condenado por hackear sites de segurança. Durante anos, ele invadiu sites da California, seu estado natal, depois, entrou nos maiores computadores do governo americano. Ele não destruiu nada, apenas estudou informações confidenciais e saiu. Poderia ter roubado milhóes de dólares, mas nunca o fez.

A Internet ainda era muito jovem, tudo estava muito no começo. Mas a ousadia de MItnick fazia com que o FBI parecesse cada vez mais idiota. Em 1995 ele foi pego na Carolina do Norte, batendo na porta de um apartamento, tentando entrar à 1:30 da manhã, numa noite de chuva, depois de uma caçada de gato-e-rato com outro hacker rival, que trabalhava para a polícia.

Mitnick ficou 5 anos na cadeia, algo que jamais havia acontecido com um hacker. Ele ficou oito meses confinado numa solitária. Quando saiu, em 2000, ele estava proibido de usar telefone ou computador ou mesmo de se conectar à Internet. Por três anos.

No próximo dia 23 de Janeiro de 2003, se ele não for preso até lá, Mitnick poderá enviar seu primeiro email depois de oito anos.

Com 37 anos e de cara nova, livro lançado (The Art of Deception um manual anti-hackers para empresas), ele conta que a arma mais letal do hacker é a "engenharia social", ou seja, a arte de arranjar pessoas que dêem informações que não deveriam, como senhas e números de cartões de crédito de outras pessoas, por exemplo.