Leitura de Praia
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Ler diante do mar é um privilégio, ou, como ouvi uma apresentadora dizer hoje na TV, um 'previlégio'. Foi assim, olhando as marolas que li no livro do Domenico de Masi, Ócio Criativo, que a passagem da produção artesanal para a era industrial, criou mudanças estruturais para a sociedade humana. Antes, cada cadeira produzida era do jeito que o cliente encomendava. Depois, mesmo com a vantagem de tornar a cadeira mais acessível, a linha de montagem produzia cadeiras sempre iguais. Para que fossem consumidas, era preciso padronizar os desejos. E aí, para fazer com que todo mundo quisesse coisas iguais, usou-se a comunicação de massa.Eu sabia que tinha algo de hediondo nessa mania de tomo mundo comprar griffe!!!
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Não dá pra ficar no sol sem proteção para a cabeça, para os olhos, para a pele. Nem em dia nublado. Especialmente as mulheres. Porque a gente tem essa mania de comprar biquinis de modelos diferentes e aí fica sempre um pedacinho branquinho de fora que o outro modelo não cobriu direito. Deu pra entender? Ou nem foi preciso?
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Foi John Stuart Mill que disse, portanto, vá reclamar com ele. A frase é classificada como lapidar por De masi, ou seja, digna de ser escrita em pedra: Uma massa, isto é, uma mediocridade coletiva. Eu é que não quero ser massa. Nem vou mais comer massa pra não correr riscos. Eu também tenho uma frase sobre o tema. Tem gente que vê a mediocridade como um abismo onde devemos tentar não cair. Tem gente que vê a mediocridade como um apogeu a ser atingido.
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Mas a melhor frase está por vir. Não me peça profundidade, please, estou à beira mar, mas alguns filósofos da Escola de Frankfurt dizem que as massas acreditam que estão no centro do sistema, mas na realidade, são rebanhos de ovelhas, administrados pelos meios de comunicação de massa. Agora entendi porque tanta gente pode ser indicada pro Big Brother sem passar pela seleção e a massa aceita. Béééééé.
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Agora é tarde demais pra mudar, já era. Mas foi a revolução industrial que criou essa definição pras nossas vidas: você vai pra escola enquanto é criança, trabalha enquanto é um adulto jovem e quando ficar velho, se aposenta e vai descansar. E se eu for criança e quiser criar e vender? E se eu for velho e quiser trabalhar? E se eu quiser descansar e curtir a vida enquanto sou uma jovem adulta? Maldita revolução.
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Uma frase no livro me serviu como um lema. Acho que vou mandar tatuar a frase de Espinosa ao contrário, na testa, pra ler direito toda vez que eu me olhar no espelho ou tiver vontade de xingar a Veja que traz como matéria de capa as cirurgias plásticas em prestações:
"Não é para rir nem para chorar, mas entender".
Valeu, Espin!
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