9/03/2003

WEGO

Estou escrevendo um livro sobre o WEGO, o nosso ego na rede, na web. No tempo de Freud não tinha rede, ele não tinha a menor noção das possibilidades de projeção que poderiam advir desta nova comunicação onde podemos exercitar coisas inimagináveis. Podemos ser tão lindos ou feios quanto nossos photoshops permitam, podemos mentir, inventar, dissimular, podemos mudar de nome, sexo, idade, podemos inventar outros egos, outras personalidades, podemos ficar anônimos.

Esse WEGO (inventei essa bobagem, talvez ainda mude, acabei de achar no google alguém que misturou 'we' 'go' e 'ego' e fez um wego também) é, na verdade, o que encontramos na rede. São 'eus' já censurados, premeditados, públicos. Então, são filtrados, são diferentes do original.
Outro dia, entrei num blog onde o ego do dono, escrevia centenas de vezes nos próprios comments. O resultado pro ego, era genial: a gente via o marcador com números muito altos. Mas mais da metade eram do próprio ego. Vi isso e...nem liguei. Mas o meu ego imbecil registrou, porque comparou e ficou todo incomodado. O ego odeia perder na comparação. ô coisinha do demo, esse ego.

É muito louco isso, é muito novo, ninguém ainda parou pra analisar isso que está acontecendo.
Eu e o Isaac estamos fazendo isso, ainda prematuramente. Eu pergunto, ele me ajuda.

(E acima, um claro exemplo da patologia específica do meu ego, querer ser não o maior, mas o...primeiro. Só ele não sabe que o mundo inteiro já sabe disso. Ego imbecil. Quem foi que disse que não tem ninguém fazendo isso? Em 6 bilhões de pessoas? qual é a chance???)

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