10/02/2002

Tente, invente, experimente. Lula pra presidente

Eu acho que a gente devia fazer um belo serviço para o Brasil, para nós mesmo, nós o povo. E economizarmos tempo, dinheiro, trabalho, sofrimento e histeria coletiva. Pra que segundo turno? Pra que mobilizar um país inteiro duas vezes, convocando uma estrutura mastodôntica para uma segunda votação, se já está na cara que chegou a vez do Lula ganhar?
É perda de tempo, muita mesmo. É perda de tempo de vida, de lazer. É perda de dinheiro do erário público, dinheiro do povo, dinheiro 'inventado' pela especulação para financiar campanha. É perda de conteúdo e de espaço nos meios de comunicação. Quem é que aguenta mais campanha, me fala?
E tudo isso pra quê? Pra fingir o orgasmo do Serra? Pra fingir que o governo tem uma chance? Tem mesmo?

Eu acho que a gente deveria dar uma fragorosa vitória ao Lula no primeiro turno. A gente tem que deixar de ser medroso e acreditar em alguma coisa, alguma vez, nem que seja só pra acreditar no poder da urna, no poder da mensagem.

Falo isso com muita tranquilidade porque nunca fui petista de carteirinha, nunca me afiliei ao partido, nem fui fanática. Votei, sim, na Erudina, na Marta, sempre votei e sempre votarei no Suplicy quando ele for candidato. Votei no FHC para prefeito de São Paulo, quando ele perdeu para o Jânio, votei no Franco Montoro para governado. Sim, eu voto há bastante tempo. Sim, eu tenho orgulho de jamais ter votado no Maluf. E de não ter votado no Collor, meu maior orgulho eleitoral.

Mas é uma questão de bom senso, de economizar sofrimento e vida para todos. De definir logo uma situação e ir em frente. Seria tão mais saudável.

Eu torço muito, muito, para que tenha só um turno para as eleições presidenciais.E, como sonhar não custa nada, sonho com Maluf fora do segundo turno para o governo de São Paulo.

O que me move, mais do que a ideologia é o sentimento de coragem. Sempre fui corajosa, talvez até passando do limite do bom senso às vezes, sendo quixotesca e naïve. Mas nunca fiz mal a ninguém com minhas bravatas a não ser a mim mesma. Agora, mais velha e mais madura, procuro não fazer isso comigo também, quero ser minha amiga. Mas não vou engolir sapo de gente corrupta ou babaca, nem que seja um príncipe encantado em forma batráquia.

Domingo é dia de eleição. Estou com meu título em dia, transferido, renovado, com nome de casada, tudo certo, na zona eleitoral correta e próxima `a minha casa, a 1a. zona eleitoral. Voto no mesmo colégio onde vota o Fernando Henrique Cardoso, moro uma rua abaixo da dele. Isso não quer dizer nada e vai querer dizer menos ainda, se é que isso é possível, assim que ele passar o cetro e a coroa. Não a Dona Ruth, só no sentido figurado.

Deus permita que não haja um segundo turno, que o Brasil seja iluminado por pessoas do bem, que queriam ajudar ao invés de destruir, que colaborem com o governo ao invés de fazer tudo contra só pra provar que tinha razão ao dizer que não daria certo. Lutar contra o próprio país é tão inteligente quanto furar o próprio barco em alto mar. Sem boia e sem saber nadar. Vou botar até uns tubarões em volta pra deixar a cena mais contundente. Tubarões, then.

Não sei por quê, mas hoje eu senti algo estranho, às 18:42h, um arrepio que parecia uma entidade do além, um coisa súbita que passou por mim como um espectro quente. Se era bom ou ruim, não sei. Nâo sei se existe o bem e o mal. Acho que a gente trasmuta as coisas em bens e males para nós. Talvez as coisas, intrinsecamente, não tenham essas definições quando entram em nosso campo de contato.

Agora, eu vou fazer bicicleta. Vou pedalar. Quero botar meu corpo em dia, quero me sentir bem e leve, quero me preparar para o futuro e o presente. Quero resgatar meu sentimento pessoal de elasticidade, junto com a tranquilidade de não ter que provar nada pra ninguém. Não tenho o compromisso da sedução, o que me dá um grau de liberdade muito importante. Mas quero estar bem comigo o bastante para oferecer uma visão agradável ao mundo e um sentimento bom para mim.


Amanhã, começo meu curso de Pilates. Desde a primeira vez que li sobre o método fiquei encantada. Depois, li em outra revista. E em outra, uma mulher que falava do quanto o Pilates transformou sua vida. Aí, um entrevistado no programa Synapsys me falou a mesma coisa. E uma amiga. E um grande amigo. E a Ale Blanco, diretora de conteúdo do IG, me deu o endereço. Fui visitar o prédio num domingo. Tomei coragem e, na segunda feira, na chuva, encharcada, fui à pé e me matriculei.

Nesta quinta-feira, será o primeiro dia. Estou animada. Às oito da manhã, estarei lá. Já com a sensação do dever cumprido, do blog postado e do texto da AOL enviado.

Viver é lutar sorrindo na trincheira. Eu estou aqui, com o coração aberto, tendo como arma, minh'alma. Cheia de cicatrizes, mas ostentendo o orgulho impagável de quem nunca se corrompeu.

Touché.

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