Eu queria...
Poder reclamar de tudo o que deu errado, do meu cansaço, dos meus problemas profissionais. Mas só o fato de eu ter um trabalho quando tanta gente não tem, faz com que eu prefira agradecer ao mundo por isso.
Eu queria também dizer que estou sem carro, que fiquei sem dinheiro, que não tinha como pegar um taxi e voltar pra casa. Mas o fato de uma colega da agência ter feito a gentileza de me dar uma carona até em casa, me faz agradecer também por isso ao invés de me queixar.
Cheguei até a pensar em me sentir revoltada por ter acordado cedo, ter pasado o dia sem comer, sem ter saído de dentro do estúdio, sem ter tido tempo ou bateria para ligar pra minha própria casa. Mas chegando em casa e encontrando meus filhos amados e sadios, a revolta acabou.
Especialmente agora, quando eu ía desabar em lágrimas, por me sentir às vezes, abandonada em minha competência, sem apoio de ninguém pra me ajudar nas horas que eu preciso, por eu ter construido uma imagem de mulher segura e independente. Mas logo agora, quando ía começar a borrar o rímel da maquiagem que não tive nem tempo de tirar, abro o blog e encontro 284 comentários em um dos poucos posts que consegui publicar no dia e percebo que sou a mais feliz das criaturas, porque tenho amigos que amo, porque tenho amigos que me amam, porque tenho amigos que se amam entre si. E diante disso, qualquer reclamação, queixa ou revolta converte-se em gratidão.
E por ela, eu digo, sem medo de parecer piegas,
obrigada,
Deus.
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