4/09/2003

Saddam(a) e Go, Morra!
Não tenho a menor credencial para opinar sobre a Guerra. Se me derem um mapa do oriente médio sem o nome dos países não sou capaz de preencher as lacunas corretamente. Também não li nenhuma biografia sobre Saddam Hussein ou George Bush. Na lista dos Georges, sou mais o Harrison, o Ford, o Lucas e o George Jetson, sendo que eu não conheço nenhum outro Saddam.
Mas vejo as imagens e sou capaz de perceber coisas, como todo mundo. Assim, quando a estátua de 6 metros de Hussein foi derrubada, depois de vestir uma bandana de bandeira americana e cair diante da multidão em êxtase, fiquei pensando sobre a importância do símbolo.
Bush não achou Bin Laden. Não encontrou ainda o Saddam, nem as armas químicas. Então, só restou a queda do símbolo, a estátua de pedra.
No grande jogo político de 'bafo', Bush perdeu a figurinha das torres gêmeas de Nova York mas ganhou a figurinha da estátua gigante de Saddam em Bagdá. Perde no Super Trunfo porque as torres eram duas, muito mais altas. Perde também na crueldade da comparação do número de vítimas. Um horror dizer isso, mas a sensação que tenho é essa, a de que temos líderes pueris brincando com a vida dos outros, em ambos os lados. Inclusive, ambos os...três, incluindo os ingleses.
Ver um símbolo caindo e a celebração popular é entender por quê a mulher nua na revista é a coisa mais próxima que um garoto pode ter como segunda opção à mulher em carne e osso em si. O símbolo tem valor. Quem já não beijou a foto no lugar do ser amado? Sem contar todos os santos e outros ícones religiosos.
Eu poderia escrever muitas outras linhas mas também não tenho nenhum credenciamento em relação á semiótica ou qualquer outro ramo que estude o simbólico, como a psicanálise.
Mas que isso tudo é uma grande loucura, isso é.




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