Ginástica
Nos anos 50 (bem no finzinho...) fiz um esforço tremendo para nascer. Nos anos 60, brinquei e aprendi a nadar. Nadei muito. Nos anos 70, fiz ginástica olímpica, aulas de tênis,judo e muita yoga.eu via o prana no ar. Eu nadava todo dia, 2 mil metros, da segunda metade dos anos 70 (sei lá, foi quando construíram a piscina na USP), até sair da USP em 83.
No começo dos anos 80, meu transporte era a bicicleta. Em 83 pirei: fazia aeróbica 5 vezes por semana, fazia dança, fazia tudo. E nadava. Não confessava, mas eu também fazia dietas estúpidas como a de Beverly Hills (que quase me deixou careca) e tomava remédio pra emagrecer.
No fim dos anos 80, tive meu filho. Engordei. Mas comecei os anos 90 correndo. E nadando. Nadei até algumas horas antes da minha filha nascer em 94.
Depois isso, corria um pouco, nadava um pouco, parava um pouco. Entrei e saí de umas 4 academias. Não gosto de academia. Não gosto do tipo de 'ambiente social' da academia. Talvez eu nunca tenha ido nas academias certas.
Não sei jogar nada, não sou boa de esportes, não sei fazer nada coletivo. Ou eu jogo tenis do meu lado da quadra, ping pong do meu lado da mesa, ou eu nado na minha raia. Pena, eu teria aprendido muito em um time de qualquer coisa, nem que fosse de boliche.
Uma vez, em algum ano perdido de alguma década, fui ver All That Jazz (veja quando o filme veio para o Brasil e saberemos a data, deve ter sido depois de 75 e antes de 80)
Saí de lá e me matriculei na escola de dança do Ismael Giezer. Anos depois, fiz dança com ...com... (Deus, como era o nome! Era no Bexiga, uma coisa moderna, com um cara genial, que trabalhava muito os pés, que já morreu, cujo filho herdou sua arte...vou lembrar...ah, sim, Klauss Vianna) e depois, com Ivaldo Bertazzo.
Há alguns meses, estava fazendo pilates. Saí. Pensei em voltar a fazer dieta e yoga, mas achei que eu ía ficar parecendo uma cópia da letra da música American Dream da Madonna. Na verdade, eu queria ser a Madonna. Ter o dinheiro e o corpo dela. Ou, só o corpo, não ligo pra dinheiro.
Marido e filhos eu só quero os meus. Mas queria ter a flexibilidade do corpo de Madonna.
Atualmente, corro sempre que posso, mas às vezes, fico dois dias sem nenhuma atividade física oficial. Mas não passa de dois dias, quando acontece.Nesses casos, a culpa pesa e eu troco o elevador pela escada ou subitamente, me jogo no chão do quarto, da sala, do banheiro e faço uns abdominais para malhar a culpa.
Neste momento, estou comendo uma salada, aquela, de sempre.E digitando. Se escrever no blog queimasse calorias eu usaria manequim 32.
Mas estou feliz da vida porque pedalei 40 minutos de manhã.
O que eu queria mesmo era ser capaz de seguir uma filosofia de vida que li num livro de arte de duas alemãs piradas. Elas propunham que tudo na vida fosse arte e dança, tudo fosse postura. Que cada gesto seu, cada passo, o jeito de sentar, levantar, pegar o garffo, fosse consciente, pensado, lembrado. Que tudo fosse feito com elegância.
Não era isso, claro, mas foi o que eu interpretei e registrei.
Eu queria ser bailarina.
Talvez, na próxima, encadernação.
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